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Sala de Imprensa

26/05/2023

Defesa de tese

Título: Multimorbidade, simultaneidade de fatores de risco à saúde e capital humano: relações a partir da adolescência até a vida adulta

Banca: Prof.ª Dr.ª Deborah Malta (UFMG), Prof.ª Dr.ª  Helen Gonçalves (PPGEPI) e Prof. Dr. Inácio Silva (PPGEPI).

Orientador: Prof. Dr. Fernando Wehrmeister

Múltiplos fatores de risco e doenças, qual sua relação com capital humano entre adolescentes e jovens adultos?   Considerando diversos fatores de risco à saúde e doenças durante adolescência e início da vida adulta, o aluno de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas, Pedro Augusto Crespo investigou o padrão de ocorrência destes e seus impactos negativos em idade adulta. A tese foi supervisionada pelos professores Fernando C. Wehrmeister e Bruno Nunes.   A partir deste estudo com todos os nascidos no ano de 1993 em Pelotas foram desenvolvidas três pesquisas. A primeira delas buscou identificar como que diversos fatores de risco e doenças acontecem ao mesmo tempo. De maneira alarmante, cerca de 70% dos jovens apresentaram pelo menos dois fatores de risco ao mesmo tempo em todas as idades avaliadas. Ainda, foi observado que um em cada três adultos jovens apresentavam duas doenças e dois fatores de risco ao mesmo tempo. “Já no início da vida adulta, apesar de parecerem saudáveis, nossos jovens estão muito expostos a doenças e fatores de risco que podem causar diversos malefícios em sua vida”. A segunda pesquisa buscou descobrir quais fatores de risco e doenças andam lado a lado. Uma tríade de tabagismo, consumo de álcool e uso de drogas ilícitas acontece cedo e vai ficando mais forte ao longo dos anos. Há ainda uma diferença entre homens e mulheres: os conjuntos de fatores de risco e doenças ocorrem mais cedo nos homens. “A gente conseguiu observar que conforme o tempo passa, mais forte e mais doenças e fatores de risco começam a andar lado a lado. Nosso medo são as consequências que estes jovens irão enfrentar quando forem idosos, por exemplo”. Por fim, o terceiro estudo buscou avaliar como que o acúmulo de fatores de risco e de múltiplas doenças ao longo da vida impactam no quociente de inteligência e escolaridade. O rápido acúmulo de fatores de risco e de doenças diminui a chance do jovem de ter completado o ensino médio aos 22 anos.    Com este trabalho a gente concluiu que apesar de ser uma população jovem (11 até 22 anos), ela está muito exposta a muitos fatores de risco e diversas doenças, e que elas estão impactando negativamente na vida do indivíduo. Desde os 11 anos já começam a se criar conexões fortes entre as doenças e fatores de risco, e isso com o passar do tempo tende ficar cada vez mais forte. Em outras palavras, estamos constatando um severo agravamento da saúde dos nossos jovens. Por sua maioria ainda estar em idade escolar ou até mesmo na universidade, trata-se de uma população relativamente simples de se intervir. Incentivo na manutenção de hábitos saudáveis como a atividade física, e redução dos maus comportamentos como o consumo de substâncias, em especial do tabaco, devem ser o carro chefe das políticas públicas nessa idade. Nosso alerta é de que políticas públicas devem ser estabelecidas e direcionadas a fim de evitar consequências mais severas a saúde dos nossos jovens.

 


Auditório Prédio A e zoom - DATA:26/05/2023 - HORA:08:00hs

Apresentador: Pedro Augusto Crespo da Silva





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