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Sala de Imprensa

13/06/2017

Defesa de tese: Consumo de bebida alcoólica e excesso de peso em trabalhadores

Banca: Elaine Tomasi, Luiz Facchini e Rogério Linhares

Orientador: Anaclaudia Fassa

Data: 26/06/2017

Local:Auditório Prédio B

HORA:14:00hs 

Apresentador: Juliana Lopes Fávero

 

Consumo de bebida alcoólica e excesso de peso em trabalhadores rurais

 

Cada vez é mais comum encontrar na rua alguém que está uns quilinhos acima do peso, agora isto também é uma realidade entre os trabalhadores da zona rural. É o que mostra a tese de doutorado, desenvolvida pela enfermeira Juliana Lopes Fávero, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas, sob orientação da professora Anaclaudia Gastal Fassa e coorientação do professor Rodrigo Dalke Meucci. O estudo entre os fumicultores em São Lourenço do Sul apontou que metade dos homens e 7 em cada 10 mulheres apresentava sobrepeso enquanto 10% dos homens e 20% das mulheres já apresentavam obesidade. Condizente com outros estudos a pesquisa mostrou que o problema de sobrepeso/obesidade foi maior entre pessoas mais velhas e que tinham companheiro. Entretanto, causou preocupação que a exposição a agrotóxicos possa causar desregulação endócrina, influenciando assim esta epidemia, uma vez que fumicultores expostos a herbicidas a base de Glifosato apresentaram, neste estudo, maior risco de excesso de peso. 

A tese também mostra que, entre os fumicultores, o consumo de risco de bebida alcoólica (3 ou mais doses por dia em homens e 2 ou mais em mulheres) é um problema importante, que afeta um terço dos homens e 5% das mulheres.  Já o beber pesado (4 ou mais doses por dia em homens e 3 ou mais doses em mulheres) é um problema para 5% dos homens e 1% das mulheres. O consumo de risco é maior entre os jovens e os empregados quando comparados com a família proprietária e entre aqueles que estão expostos a agrotóxicos. Já o consumo pesado é mais frequente em homens mais velhos. Entre os homens, a perda da lavoura por granizo, ter feito empréstimo e vender para outros compradores que não a indústria aumentam tanto o consumo de risco quanto o beber pesado. As jornadas de trabalho muito longas durante a colheita estão associadas com o consumo de risco, porém o beber pesado parece ser limitante, porque os indivíduos com esta condição tem uma jornada de trabalho menor. A participação em atividades religiosas reduz consumo de risco e o consumo pesado de bebida alcoólica.

 

Para modificar esse quadro alarmante, é importante promover hábitos saudáveis na população rural, como alimentação saudável, atividade física adequada para trabalhadores que já tem importantes demandas físicas no trabalho e políticas de combate ao tabagismo. São necessárias políticas públicas para resgatar a agricultura familiar de subsistência e a diversificação de culturas, com enfoque na redução do uso de agrotóxicos e em modelos agrícolas orgânicos. Além disso, os serviços de saúde da zona rural devem ser preparados para identificar e manejar o uso nocivo, perigoso e a dependência de álcool, especialmente no contexto do programa de saúde do homem.




Fonte: PPGE





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