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Teses e Dissertações


2009


Aluno:Julieta Carriconde Fripp

Título: Internação domiciliar e cuidados paliativos para pacientes oncológicos no município de Pelotas/RS

E-mail:

Área de concentração:Saúde Pública

Orientador:Luiz Augusto Facchini

Banca examinadora:Elaine Tomasi-UFPel; Maria Cecília Formoso Assunção-UFPel

Data defesa:01/12/2009

Palavras-chave:Cuidados paliativos; Internação domiciliar; câncer

Foi realizado um estudo avaliativo do Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar (PIDI), do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (RS, Brasil). No período de 2005 a 2008, foram analisados os dados dos usuários com câncer que internaram no programa, com a obtenção das informações sobre infra-estrutura e processo de trabalho no PIDI, associado à caracterização do perfil dos pacientes, através dos dados obtidos dos prontuários. Cerca da metade apresentava idade menor do que 60 anos, reforçando o achado de outros estudos sobre a relevância do câncer em indivíduos adultos de todas as idades. Neste estudo, a grande maioria dos usuários do PIDI possuía ensino fundamental incompleto, sendo muitos analfabetos e com uma renda limitada a um ou dois salários mínimos. Este achado resgata a contribuição do PIDI para a efetivação do princípio da equidade no Sistema Único de Saúde (SUS). A maioria dos pacientes, no momento da internação no PIDI, se encontrava em estadios avançados da doença (mais de 90% com metástases). Este achado reforça a importância da estratégia paliativa do programa. Os motivos de internação mais frequentes no PIDI foram anorexia, dor e astenia. Quase metade dos pacientes do PIDI evoluiu para óbito no próprio domicílio. À semelhança do relatado em outros serviços, a assistência paliativa permite e facilita a ocorrência de uma maior proporção de óbitos fora do ambiente hospitalar. O estudo, por ser descritivo, não se propõe a estabelecer relações de causa-efeito e tampouco a avaliar a efetividade do PIDI. Entretanto, oportuniza a divulgação de estratégias de cuidado paliativo domiciliar com caráter humanizado em pacientes com câncer, em situação de terminalidade, podendo subsidiar as políticas públicas não apenas no município do estudo, mas em outros locais do país. Também pode ser útil para apoiar a regulamentação da Portaria GM/MS 2529 de 19 de outubro de 2006, que incorpora a internação domiciliar no âmbito SUS. O Observatório Internacional sobre Cuidados de Final da Vida (IOELC) refere que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) está diretamente relacionado à presença de estruturas e provisão de cuidados paliativos nos países, reforçando a forte associação entre cuidados paliativos e IDH elevado. Internação domiciliar e cuidados paliativos melhoram a qualidade de vida, com a aproximação definitiva dos usuários ao seu núcleo familiar, sem precisar abrir mão de um suporte ativo às suas necessidades físicas, emocionais, sociais e espirituais, no período de grande fragilidade que antecede a morte.


Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - Centro de Pesquisas Epidemiológicas