A obesidade tem aumentado em todo o mundo nas últimas décadas, inclusive entre as crianças. Segundo Barker, exposições no período intrauterino podem determinar o desenvolvimento de mecanismos adaptativos, que visam garantir a sobrevivência em curto prazo, mas que podem programar o desenvolvimento de doenças em idade adulta. Entretanto, alguns pesquisadores, baseados em achados mais recentes, propõem que fatores ocorridos após o nascimento é que determinam a presença de co-morbidade na vida adulta. A velocidade do ganho de peso, particularmente o rápido ganho de peso ou crescimento acelerado, está associada a maior risco de sobrepeso ou obesidade, tanto na infância quanto na vida adulta. Alguns estudos mostram que o crescimento acelerado ocorrido depois dos dois anos de idade pode ter maior influência na composição corporal na vida adulta em termos de massa gorda quando comparado àquele ocorrido antes dos dois anos de idade. Este estudo será realizado com dados da Coorte de Nascimentos de 2004 de Pelotas. Todos os nascidos vivos desse ano foram acompanhados ao nascer, aos 3, 12, 24 e 48 meses e serão novamente examinados aos 6-7 anos de idade. A partir de medidas como o índice de massa corporal (IMC) e do registro do peso nos acompanhamentos anteriores, será determinado o ganho de peso entre zero e três meses, três e 12 meses, 12 e 24 meses e 24 e 48 meses de idade. Este projeto de pesquisa tem por objetivo identificar o período do crescimento acelerado e de relacioná-lo ao sobrepeso ou obesidade aos 6-7 anos. Além disso, será realizada análise estratificada para avaliar o risco de sobrepeso no grupo de crianças nascidas pequenas para a idade gestacional (PIG) e adequado para a idade gestacional (AIG) e identificar fatores determinantes do crescimento acelerado.