Esta tese teve o objetivo avaliar a qualidade de ações de promoção e prevenção na atenção a menores de dois anos na Atenção Básica do Brasil, com dados da avaliação externa dos três ciclos do Programa de Melhoria de Acesso e Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) (2012, 2014/2015 e 2017/18). O instrumento possuía três módulos: estrutura das unidades (I), processo de trabalho das equipes (II) e entrevista com usuários (III). O artigo I avaliou a qualidade de atenção a menores de dois anos através de um indicador sintético contendo questões do módulo III do ciclo III do PMAQ-AB, sendo considerada qualidade adequada ter resposta positiva para as seis questões. Cerca de 37% dos usuários foram classificados como tendo recebido atenção de boa qualidade, com maiores proporções para a Região Nordeste, em unidades que apresentaram todos os insumos e vacinas e em equipes que utilizavam protocolos e materiais, realizavam os registros, a busca ativa e ações de alimentação saudável. O artigo 2 avaliou o recebimento de orientações no pré-natal sobre amamentação exclusiva e cuidado da criança na atenção básica do Brasil com dados dos três ciclos do PMAQ. Os dois tipos de orientação apresentaram proporções superiores a 80% nos três ciclos do PMAQ-AB, mas apresentaram reduções significativas ao longo dos ciclos. O recebimento de orientações sobre amamentação exclusiva apresentou redução em municípios com até 10.000 e mais de 30.000 habitantes, em todos os estratos de cobertura de ESF e IDH-M e as regiões Sul, Sudeste e Nordeste ao longo dos ciclos. O recebimento de orientações sobre cuidados apresentou reduções significativas nas regiões Sul e Sudeste, municípios com cobertura de ESF menor que 100% e com IDH-M muito baixo ou baixo, alto e muito alto e em municípios com mais de 100.000 habitantes. Após a estratificação para cuidado adequado à gestante, foram encontrados mais estratos com redução significativa para usuárias atendidas por equipes que não ofertavam cuidado adequado. O artigo três avaliou as coberturas vacinais da vacina pentavalente de 2018 a 2022 nos 5.570 municípios do Brasil com dados provenientes do DataSus. A cobertura foi superior a 95% no ano de referência (2018), mas apresentou reduções ao longo dos anos. A redução ocorreu de forma diferente entre as regiões para cada estrato de cobertura de ESF. De forma geral, as reduções foram menores para municípios que tinha cobertura de Estratégia de Saúde da Família de 100% em relação à média geral, exceto para a região Norte. Palavras-chave: Saúde da Criança. Serviços de Saúde da Criança. Atenção primária à Saúde. Pesquisa sobre serviços de Saúde. Cuidado da criança.
