Teses - PPGEpi

Título:

Prematuridade e composição corporal na infância, adolescência e idade adulta:´Coortes de Nascimentos de Pelotas de 1982, 1993 e 2004

Autor:

Caroline Cardozo Bortolotto

E-mail:

Área de concentração:

Orientador:

Iná Santos

Banca examinadora:

Data da defesa:

28/05/2021

Palavras-chave:

Resumo:

Anualmente nascem em torno de 15 milhões de bebês prematuros no mundo. A prematuridade (<37 semanas de idade gestacional – IG) é globalmente reconhecida como um problema de saúde pública, causando mais de 1 milhão de mortes em crianças com menos de 5 anos de idade. A privação de crescimento e nutrição intrautero no último trimestre de gestação estão ligados a modificações na composição corporal, ao longo da vida, podendo resultar em piores desfechos de saúde em indivíduos nascidos prematuros. Nesta tese, foram investigadas associações entre a idade gestacional (IG), especificamente a prematuridade e o peso para IG, sobre a composição corporal em quatro estágios da vida, aos 6, 11, 18 e 30 anos, nas Coortes de Nascimentos de Pelotas. A avaliação dos 6 e 11 anos foi realizada com dados da Coorte de Nascimentos de 2004 e a dos 18 e 30 com os dados das Coortes de 1993 e 1982, respectivamente. As medidas de composição corporal avaliadas por pletismografia por deslocamento de ar foram massa gorda (MG em kg), percentual de MG (%MG), índice de MG (IMG em kg/m2), massa livre de gordura (MLG em kg), percentual de MLG (%MLG) e índice de MLG (IMLG em kg/m2 ), junto ao índice de massa corporal (IMC em kg/m2 aos 18 e 30 anos e em escore-z de IMC aos 6 anos). Por fim, a literatura foi revisada sistematicamente, com o objetivo de identificar estudos que tivessem avaliado a composição corporal por métodos indiretos (mais precisos), de forma longitudinal, na infância, adolescência e idade adulta. De forma geral, os resultados apresentados ao longo da tese apontam que a prematuridade está associada a menores quantidades de MG e MLG na infância invertendo essa relação com MG e desaparecendo a relação com MLG no final da adolescência e na idade adulta. Na Coorte de 2004, aos 11 anos de idade, meninos que nasceram grande para IG (GIG) apresentaram maiores IMG e escore-Z de IMC e meninas GIG tiveram maior IMLG do que seus contrapartes com peso adequado para IG (AIG). Aos 30 anos de idade, homens que nasceram com ≤33 semanas de IG apresentaram, em média, 15kg de gordura a mais do que homens que nasceram com 37 semanas ou mais de IG. Além disso, parece haver uma relação sexo dependente, já que os resultados significativos aparecem, na maioria das vezes, apenas para o sexo masculino.