Ao longo da vida, processos regulatórios ocorrem em vários sistemas fisiológicos em resposta às demandas ambientais, refletindo em disfunção subclínica nos sistemas orgânicos. Evidencias sugerem que as condições sociais e nutricionais no início da vida estão associadas com o risco de desenvolver doenças crônicas não-transmissíveis. Diante deste contexto, esta pesquisa objetivou avaliar a associação de fatores precoces – como as condições do nascimento, estado nutricional e posição socioeconômica– com o envelhecimento biológico em adultos de meia-idade, bem como investigar o papel do estado nutricional e nível socioeconômico na idade adulta. A presente tese é composta por três artigos, onde o primeiro avaliou a associação de condições do nascimento, estado nutricional e crescimento condicional na infância com fatores de risco cardiometabólicos aos 30 anos. O segundo abordou a associação da posição socioeconômica da infância com o risco cardiovascular na idade adulta em duas coortes na cidade de Pelotas. O terceiro, por sua vez, foi uma revisão sistemática sobre a associação da posição socioeconômica na infância com níveis lipídicos em adultos. Os resultados reforçam a importância dos fatores precoces na saúde ao longo da vida, principalmente no que tange ao risco de doenças crônicas não-transmissíveis. Destaca-se que o ganho de peso na infância, principalmente após os 2 anos, está relacionado com o maior risco cardiometabólico na idade adulta, bem como a posição socioeconômica pode ter um papel importante na saúde cardiovascular, mostrando que, em países de baixa e média renda, ainda são necessários mais estudos. Palavras-chave: estado nutricional; posição socioeconomica; risco cardiometabólicos; ciclo vital