Teses - PPGEpi

Título:

Atividade física durante a adolescência e composição corporal aos 18 anos em pertencentes à Coorte de nascimentos de Pelotas de 1993

Autor:

Virgílio Viana Ramires

E-mail:

virgilioramires@hotmail.com

Área de concentração:

Epidemiologia do Ciclo Vital

Orientador:

Helen Gonçalves

Banca examinadora:

Felipe Reichert, Maria Cecília Assunção e Pedro Hallal

Data da defesa:

23/02/2015

Palavras-chave:

Atividade física; Adolescentes, Coorte 1993

Resumo:

O sobrepeso e a obesidade são importantes preditores de condições de saúde desfavoráveis, entre outros: aumento da pressão sanguínea, diabetes tipo 2, alterações no perfil lipídico e doença coronariana (Bouchard, 2007; USDHHS, 1996; WHO, 2003). De forma consistente ao que ocorre com a prática de AF, o sobrepeso e a obesidade são condições que, quando estabelecidas na infância e na adolescência, tendem a se manter ao longo da vida (Kvaavik et al., 2003; Viner and Cole, 2006). Portanto, como já demonstrado, adolescentes com sobrepeso e obesidade são mais prováveis de se tornarem adultos obesos e, como consequência, detectam-se maiores incidências e prevalências de adultos com tal condição (Gigante et al., 2011; Ogden, 2006). Apesar dos reconhecidos efeitos da AF sobre o controle de peso e a redução da gordura corporal (Bouchard, 2007), a associação entre esta e a prática de AF durante a adolescência não apresenta resultados consistentes na literatura, principalmente quando a AF é medida neste mesmo período e a adiposidade total na transição para a idade adulta. Resultados de estudos transversais apontaram uma relação inversa entre AF e a adiposidade corporal (Ness et al., 2007; Tudor-Locke et al., 2010). Este tipo de delineamento, entretanto, não permite o estabelecimento de temporalidade, tampouco o estabelecimento de uma associação causal. Os estudos prospectivos igualmente apontam para uma relação inversa entre prática de AF e adiposidade corporal (Fulton et al., 2009; Kettaneh et al., 2005; Kimm et al., 2005). O tipo de medida de AF e o parâmetro utilizado pela maioria para definir a obesidade – o IMC (Cleland et al., 2008; Haerens et al., 2010; Menschik et al., 2008) –, assim como as idades em que os participantes foram avaliados, o intervalo entre as medidas e o tempo de acompanhamento não permitem que haja uma consistência entre os achados. Não foram encontrados estudos de coorte, publicados em revistas científicas indexadas, que tenham avaliado a prática de AF durante o período que compreende a adolescência e a composição corporal por meio de um equipamento de referência para avaliação da gordura corporal. Desta forma, reitera-se a necessidade de novas investigações (i) com estudos longitudinais, (ii) com grandes populações, (iii) com períodos de acompanhamento que compreendam toda a adolescência, (iv) que utilizem equipamentos que possibilitem medidas mais acuradas de adiposidade e (v) que efetuem controle para múltiplos fatores de confusão – os quais poderão contribuir para o esclarecimento da associação entre a AF e o %G corporal. Assim, o estudo proposto possui algumas vantagens não encontradas na literatura sobre o tema, quais sejam: – Tratar-se de um estudo longitudinal desenvolvido em uma coorte de nascimentos com mais de 4.000 indivíduos; – Possuir informações referentes à exposição (prática de AF) dos pertencentes à coorte nas idades de 11, 15 e 18 anos; – Ter avaliado o %G aos 18 anos, com o DXA – equipamento referência para a tomada desta medida (Fields, 2000; Sopher et al., 2004; Wells et al.,1999). Com este tipo de estudo, será possível obter informações importantes referentes à condição nutricional dos adolescentes com uma medida de maior precisão na classificação dos indivíduos na condição nutricional e, ainda, de como as diferentes trajetórias de AF ao longo da adolescência podem afetar o desenvolvimento de gordura corporal aos 18 anos e a significância deste efeito. Os resultados deste estudo poderão contribuir para o planejamento de intervenções que visem à redução e prevenção da obesidade.