Teses - PPGEpi

Título:

Associação independente, estratificada e conjunta entre atividade física e comportamento sedentário com desfechos cardiovasculares em adultos e idosos

Autor:

Charles Philipe de Lucena Alves

E-mail:

Área de concentração:

Epidemiologia do Ciclo Vital

Orientador:

Inácio Crochemore M. Silva

Banca examinadora:

Bruna Gonçalves, Daniel Umpierre e Pedro Hallal

Data da defesa:

07/05/2025

Arquivo:

Palavras-chave:

Resumo:

As doenças cardiovasculares são a principal causa de óbito no Brasil, representando um grande desafio para a saúde pública. O monitoramento e controle de fatores de risco como hipertensão, obesidade elevados indicadores antropométricos (ex.: circunferência da cintura) e escores cardiometabólicos são fundamentais para prevenir sua progressão. Entre os fatores modificáveis, a atividade física (AF) e o tempo sedentário (TS) se destacam, pois a prática regular de AF contribui para a saúde do coração, enquanto longos períodos em comportamento sedentário podem aumentar o risco cardiovascular. Diante disso, esta tese investigou a associação entre AF, TS e desfechos cardiovasculares em adultos e idosos, sendo composta por três artigos científicos. O primeiro, uma revisão sistemática, examinou as abordagens metodológicas e os principais achados sobre as associações independentes, estratificadas e conjuntas entre TS, AF e desfechos cardiovasculares. Os resultados indicaram que o TS esteve positivamente associado e a AF inversamente associada aos desfechos. Além disso, um maior impacto do TS foi observado em indivíduos com baixa AF, enquanto níveis mais altos de AF atenuaram, mas não eliminaram, seus efeitos negativos. A análise conjunta apontou maior risco cardiovascular em pessoas com alto TS e baixa AF, bem como risco elevado em combinações intermediárias. O segundo artigo, analisou as associações independentes, estratificadas e conjuntas entre AF, TS e fatores de risco cardiovasculares, incluindo pressão arterial, composição corporal e saúde cardiometabólica. Foram analisados dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 1982, mais especificamente os dados dos acompanhamentos dos 30 e 40 anos. A atividade física foi coletada por acelerometria e questionário, enquanto o comportamento sedentário foi avaliado por acelerometria. Os resultados mostraram que as associações foram inconsistentes ou inexistentes ao longo das diferentes análises. Há, de fato, uma relação complexa entre atividade física, comportamento sedentário e desfechos cardiovasculares. Por fim, o terceiro artigo, investigou essas associações independentes, estratificadas e conjuntas entre AF e TS com eventos cardiovasculares maiores (ECM) em uma coorte de idosos. A coorte “Como vai?” foi iniciada com um estudo de base populacional em 2014 e os ECM foram avaliados 2.6 anos depois da linha de base, incluindo Mortalidade por todas as causas, insuficiência cardíaca e isquemia. A análise independente mostrou que o TS não esteve associado aos ECM quando ajustado para AF de moderada a vigorosa (AFMV). No entanto, indivíduos no maior tercil de AFMV apresentaram menor risco de ECM, mesmo após ajuste para TS e histórico de ECM não fatais. Já as análises estratificadas e conjuntas de TS e AFMV com ECM não foram estatisticamente significativas. Esses achados reforçam a importância da AF na redução do risco cardiovascular e sugerem que o impacto do TS pode depender do nível de AF.