Teses - PPGEpi

Título:

Associação entre aspectos relacionados à gestação e fatores de risco cardiometabólicos

Autor:

Bárbara dos Reis Santos

E-mail:

reissantos.barbara@gmail.com

Área de concentração:

Orientador:

Bernardo Lessa Horta

Banca examinadora:

Janaína Santos Motta (UCPel), Aluisio Barros (UFPel) e Luciana Tovo-Rodrigues (UFPel)

Data da defesa:

22/02/2018

Palavras-chave:

Epidemiologia; Paridade; Composição corporal; Inferência Causal; Amamentação

Resumo:

A gravidez é um evento esporádico na vida da mulher, mas que pode trazer consequências duradouras. Assim, a paridade estaria associada positivamente com fatores de risco cardiovasculares. A menor exposição ao estrogênio endógeno poderia ser o mecanismo. Além disso, adaptações metabólicas e hemodinâmicas da gravidez poderiam ter consequências tardias na vida das mulheres pelo aumento do índice de massa corporal, pressão arterial, diabetes ou controle lipídico inapropriado. Essa tese objetivou analisar a associação da paridade com desfechos cardiometabólicos entre mulheres jovens. A tese foi composta por três artigos. Primeiramente, nós revisamos, sistematicamente, a evidência da associação entre paridade e fatores de risco cardiovasculares. Também realizamos uma meta-análise e usamos meta-regressão para avaliar as fontes de heterogeneidade entre os estudos. Paridade foi associada com maior risco para obesidade, mas não esteve associada com maior risco de hipertensão e diabetes entre os estudos de alta qualidade. Esses resultados sugerem que confusão residual pode ter superestimado as associações inicialmente observadas. Os segundo e terceiro artigos objetivaram analisar a associação entre paridade e composição corporal e fatores de risco cardiometabólicos, respectivamente, entre mulheres da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 1982. As análises foram replicadas com os homens da coorte com um teste de sensibilidade. Paridade foi positivamente associada com índice de massa corporal e circunferência da cintura entre mulheres. No entanto, resultados similares entre os homens sugerem que não há afeito causal da paridade nessas associações. Em relação aos desfechos cardiometabólicos, paridade foi inversamente associada com pressão arterial [sistólica -1.97mmHg (95%CI: -3.26; -0.68); diastólica -2.40mmHg (95%CI: -3.40; -1.40)], colesterol total (-6.22; 95%CI -10.22; -2.22) e HDL (-5.87; 95%CI -7.36; -4.37) e a análise de sensibilidade sugeriu que estas associações são causais. Concluindo, esta tese sugere que não há efeito causal da paridade nos fatores de risco cardiovasculares. Próximos estudos deveriam se concentrar nas doenças cardiovasculares possivelmente associadas com a paridade.