A puericultura é instituída como uma forma de acompanhar, por meio de ações básicas, o crescimento e o desenvolvimento integral da criança com atuações voltadas para a promoção da saúde, prevenção e detecção de doenças. Com esse atendimento é possível analisar o acesso das crianças aos serviços de atenção básica à saúde, bem como a qualidade dos cuidados prestados. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o acesso e a qualidade da puericultura em unidades básicas de saúde das regiões Nordeste e Sul do Brasil. Foram utilizadas informações de um inquérito epidemiológico, de base populacional, realizado em 2010, com 7.915 crianças entre um e quatro anos de idade, localizadas em seus domicílios nas áreas de abrangência dos serviços de saúde. No primeiro artigo original a falta de acesso foi analisada considerando-se o acompanhamento incompleto da puericultura como a ausência da criança em pelo menos um dos sete atendimentos preconizados no primeiro ano de vida. Já para o segundo artigo a qualidade da puericultura foi avaliada a partir do recebimento de todos os procedimentos e orientações preconizados nos atendimentos no primeiro ano de vida. Para todas as análises utilizou-se a regressão de Poisson considerando modelo hierárquico. Os resultados revelaram que a falta de acesso foi de 53,6% (IC95% 52,5-54,7) no Nordeste e de 28,3% (IC95% 27,3-29,3) no Sul e a prevalência da alta qualidade da puericultura foi de 42,0% (IC95% 40,5-43,5). Grande parte das crianças não fazem o acompanhamento completo de puericultura, sugerindo que o usuário não comparece aos serviços de saúde ou encontra dificuldades em seu acesso. Por sua vez, a maior qualidade no atendimento as crianças foi encontrada na região Nordeste, fato possivelmente explicado pela consolidação da Estratégia de Saúde da Família nessa região.