Seminários e Defesas

191ª BANCA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO - 05/06/2025

“Associação entre experiências adversas e funções executivas na primeira infância: um estudo de Coorte”

Aluno(a): Andressa Souza Cardoso

Orientador(a)Prof. Dr. Joseph Murray  

Banca: Prof. Dr. Maurício Scopel Hoffmann (UFSM), Prof. Dr. Thiago Wendt Viola (PUCRS), Prof.ª Dr.ª Luciana Tovo Rodrigues (PPGEPI)

Local: Auditório A 

Hora: 9:00h

                                                      

                            Pesquisa da UFPel investiga a relação entre adversidades na infância sobre o desenvolvimento cognitivo 

    As primeiras experiências de vida são determinantes importantes para o desenvolvimento cerebral e podem influenciar profundamente habilidades como memória, atenção e planejamento — conhecidas como funções executivas. Essas habilidades são essenciais para lidar com situações cotidianas, alcançar objetivos, regular emoções e adaptar comportamentos às demandas do ambiente. Diversos estudos sugerem que experiências adversas, como negligência e violência, comprometem essas funções desde a primeira infância. 

       No entanto, a maior parte das evidências disponíveis vem de países de alta renda, e poucos estudos diferenciaram os efeitos de distintos tipos de adversidade — como privação (falta de estímulos e recursos) e ameaça (exposição à violência) — sobre o desenvolvimento das funções executivas. Além disso, ainda é pouco compreendido como práticas parentais influenciam essa relação. 

      A doutoranda Andressa Souza Cardoso, sob orientação do professor Dr. Joseph Murray e coorientação da Dra. Rafaela Costa Martins, analisou dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2015 para investigar essa relação. O trabalho, parte de sua tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), avaliou os efeitos da privação e da ameaça sobre o desempenho das funções executivas em mais de 3 mil crianças acompanhadas aos 4 e 6-7 anos de idade na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. O estudo também examinou o papel das práticas parentais — tanto positivas (sensibilidade e afeto) quanto negativas (como punições severas ou coercivas) — como possíveis mecanismos que explicam essa relação. 

     Os resultados mostraram que as adversidades, especialmente privação, se associaram a um pior desempenho nas funções executivas. Também o estudo mostrou que as práticas parentais mediaram parte dessa relação. Ou seja, o modo como os cuidadores interagiam com as crianças ajudou a explicar como os efeitos das adversidades influenciavam as habilidades de funções executivas. 

   “Esses achados mostram que fortalecer práticas parentais positivas pode ser uma via importante para promover o desenvolvimento infantil em contextos de adversidade. No entanto, somente isso não é suficiente: é fundamental articular esse apoio familiar a políticas públicas integradas, voltadas à redução da pobreza e das desigualdades sociais. Essa necessidade é especialmente urgente em países como o Brasil, onde as adversidades precoces são mais frequentes e intensamente marcadas por desigualdade. Para garantir que crianças em contextos vulneráveis tenham a oportunidade de desenvolver todo o seu potencial, é necessário investir em estratégias contínuas que articulem suporte às famílias com políticas públicas amplas e sustentáveis”, destaca Andressa Cardoso.  

SEMINÁRIO DE PESQUISA - 10/06/2025

Tema: Detectando depressão em adolescentes através de modelos de linguagem: Uma análise exploratória usando GPT-4o

Apresentação: Dr. Leonardo Zanini Ferreira

Local: Auditório B

 Hora: 14:00h