Impacto social e internacionalização

Impacto Social: ciência que se transforma em Saúde

O PPGEpi aplica conhecimentos científicos avançados para enfrentar os desafios de saúde mais urgentes do Brasil, promovendo avanços significativos na sociedade. 

Pesquisas que mudam políticas públicas de saúde

Os trabalhos de docentes e discentes do Programa têm impacto em todos os níveis da sociedade, desde a melhoria dos cuidados neonatais locais até a formulação de políticas globais de saúde materno-infantil, atenção à primeira infância e prevenção de doenças crônicas. Exemplos desse impacto incluem:

Aleitamento materno: nossas pesquisas fundamentaram a política global de aleitamento materno exclusivo até os seis primeiros meses de vida, beneficiando milhares de mães e crianças em todo o mundo;

Curvas de crescimento infantil: lideramos o estabelecimento de um novo padrão global para avaliar o crescimento infantil a partir de estudo multicêntrico financiado pela OMS, redefinindo os parâmetros do crescimento saudável de crianças de até cinco anos, adotados hoje em mais de 140 países;

Mil dias: conduzimos estudos longitudinais que mostraram a ‘janela de oportunidades’ dos mil dias, enfatizando a importância dos cuidados essenciais de nutrição e estimulação cognitiva no início da vida para a prevenção de doenças crônicas e o desenvolvimento humano integral a longo prazo;

Covid-19: respondendo rapidamente à pandemia, nosso estudo pioneiro (EpiCovid-19) contribuiu para a compreensão do perfil da contaminação no Brasil, destacando sintomas característicos da doença e identificando grupos de maior risco, como indígenas e população de baixa renda;

Lei antifumo: identificamos níveis altos de tabagismo entre os jovens nascidos em 1993 em Pelotas, reunindo evidências para o estabelecimento de medidas legislativas de prevenção do tabagismo, o que tornou a cidade pioneira e exemplar na adoção da lei Antifumo no Rio Grande do Sul;

Prevenção da morte súbita infantil: realizamos pesquisas sobre a prevenção da morte súbita em crianças, que abriram caminhos para campanha nacional de educação sobre a posição correta de colocar o bebê para dormir – de barriga para cima;

Prevenção precoce da violência: nossas investigações sobre as causas, consequências e meios de prevenir a violência identificaram estratégias eficazes e baseadas em evidências, que têm se tornado fundamentais no combate à violência infantojuvenil – posicionando Pelotas como território referencial da ONU nessa causa;

UTI neonatal: consolidamos evidências que levaram à instalação de uma UTI neonatal para atenção aos recém-nascidos em hospitais da cidade, fortalecendo a infraestrutura hospitalar para os recém-nascidos, garantindo o atendimento especializado que salva vidas.

Centro colaborador da OMS para Monitoramento de Equidade em Saúde: compromisso com a Equidade e a Saúde Materno-Infantil

Com o apoio do Centro Internacional de Equidade em Saúde (ICEH), docentes e discentes do programa monitoram indicadores de desigualdades em saúde em mais de 200 países. Reanalisando dados de inquéritos nacionais, o ICEH gera dezenas de indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estratificados por variáveis relevantes para a equidade em saúde. Esses dados são usados em análises acadêmicas, relatórios nacionais e são incluídos em um repositório global da OMS de acesso livre. O ICEH também capacita analistas da América Latina, Caribe e África Subsaariana. Este trabalho apoia os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente na redução das desigualdades de acesso à saúde por gênero, etnia, localização e renda.

Pioneirismo na prevenção da violência

Através do Centro de Pesquisas em Saúde e Desenvolvimento Humano (DOVE), o trabalho de discentes e docentes do PPGEpi com o governo local trouxe para Pelotas o reconhecimento pela ONU como exemplo global no combate à violência infantil. Programas como ‘Conte Comigo’ e ‘ACT: Criando Crianças Seguras’ foram incorporados à política municipal para o trabalho de prevenção precoce da violência junto a famílias em situação de vulnerabilidade, demonstrando a importância da parceria entre pesquisa acadêmica e política pública.

Formação de recursos humanos

O PPGEpi atua na formação pesquisadores altamente qualificados para identificar problemas relevantes, com a missão de realizarem investigações científicas utilizando estratégias teóricas, analíticas e metodológicas inovadoras na área de saúde pública que levem à adequada resolução dos problemas.
Muitos dos egressos do Programa são hoje docentes ou mesmo coordenadores de outros programas na área de saúde pública, epidemiologia e saúde coletiva. Muitos ocupam posições estratégicas em instituições internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde no Brasil. Mais de uma centena de egressos executa docência e pesquisa em universidades na Europa, América do Norte, América do Sul, Oceania e África. No país, vários ex-alunos ocupam posições de liderança em hospitais, universidades e órgãos públicos, aplicando o conhecimento em epidemiologia para enfrentar desafios críticos de saúde pública.

O impacto social do PPGEpi é evidente na robusta rede de profissionais que influencia, direta e indiretamente, as políticas de saúde e a formação de novos talentos na área de epidemiologia. Isso se traduz não apenas no preparo de alunos para carreiras de alta relevância, mas também no fortalecimento da rede de recursos humanos dedicados à promoção da saúde e ao desenvolvimento de soluções inovadoras para questões epidemiológicas atuais e futuras.

Internacionalização

A internacionalização constitui um eixo fundamental na estrutura e desenvolvimento PPGEpi. Representando uma das principais forças do programa, a atuação internacional se evidencia por meio de projetos colaborativos e iniciativas que incluem:

Colaboração acadêmica: todos os docentes permanentes do PPGEpi participam de redes internacionais de pesquisa e estão envolvidos em atividades colaborativas com centros de pesquisa ou pesquisadores de outros países, com participações regulares em eventos científicos internacionais, colaborações em workshops para treinamento em epidemiologia e estatística, em projetos e produção de artigos. A participação em projetos de pesquisa conjuntos é confirmada pela produção intelectual do corpo de professores e acadêmicos do Programa, que inclui coautores de mais de 50 países.

Atuação internacional de docentes: professores do Programa colaboram com outras universidades e organismos globais de pesquisa, contribuindo com suas especialidades e conhecimentos em universidades, plataformas e comitês científicos internacionais. Docentes do PPGEpi atuam como visitantes sêniores e professores visitantes em renomadas universidades, como as de: Cambridge (UK); Johns Hopkins (EUA), Londres (UK) e Oxford (UK). Alguns são consultores de instituições como a Organização Mundial da Saúde, Agência Internacional de Energia Atômica, Organização Internacional do Trabalho, Icelandic Research Fund (Islândia), Centro Latinoamericano de Perinatologia, Salud de Mujeres y Reproductiva (CLAP/WR) – da Organização Pan-Americana de Saúde. Atuam como coordenadores dos projetos PLATINO (Associación Latinoamericana del Tórax) e MECOR (Methods in Epidemiologic, Clinical and Operations Research) da American Thoracic Society.

Financiamentos internacionais: os estudos do PPGEpi são financiados por recursos internacionais, como a fundação The Wellcome Trust, que financiou diversas etapas dos estudos das Coortes de Nascimentos de Pelotas.

Editorias e publicações científicas: a totalidade do corpo permanente do Programa atua como revisores de revistas internacionais, dentre eles Nature e The Lancet. Mais da metade dos docentes permanentes do programa integra conselhos editoriais periódicos nacionais e internacionais, como, por exemplo, BMC Public Health e The Lancet.
Mobilidade de estudantes do PPGEpi tem uma participação ativa na formação de seus alunos em instituições de prestígio no exterior, com foco na mobilidade discente e docente e na expansão de sua rede de pesquisa internacional. Frequentemente, os alunos recebem bolsas para estágio de doutorado-sanduíche em instituições consolidadas na área de Saúde Coletiva no exterior.

Presença de alunos estrangeiros: A diversidade internacional também se manifesta pelo número de estudantes estrangeiros inscritos no Programa, por exemplo, Benin, Colômbia, Haiti, México, Peru e Venezuela. Alguns estrangeiros vêm para trabalhar em estudos específicos do Centro Internacional para Equidade em Saúde e/ou do Centro DOVE.
A integração do PPGEpi no espaço científico internacional demonstra não só o forte compromisso com o avanço da pesquisa epidemiológica, mas também o impulso à criação de oportunidades para aprimoramento acadêmico e científico através da interação com instituições e pesquisadores de excelência em outras nações.