O diagnostico da sarcopenia requer avaliação da quantidade, forca e desempenho musculares. O critério mais problemático dessa tríade diagnostica e geralmente a quantificação da massa muscular. Métodos padrão-ouro são de difícil acesso ou alto custo, e métodos de baixo custo normalmente apresentam baixa acurácia. Esta tese aborda o problema de duas maneiras diferentes. Uma delas consiste na adaptação de um instrumento internacional de triagem de sarcopenia para a população brasileira, visando direcionar esforços e recursos diagnósticos para pacientes sob risco aumentado para a patologia. A segunda abordagem envolve o desenvolvimento de equações preditivas de massa muscular apendicular para ultrassom e bioimpedância elétrica voltadas para a população sul-americana. Para tal, foram utilizados dados de 193 idosos não-institucionalizados da cidade de Pelotas, no sul do Brasil, participantes do Subestudo de Composição Corporal vinculado ao estudo COMO VAI?. O primeiro objetivo desta tese envolveu a tradução do questionário de triagem de sarcopenia SARC-F, originalmente em inglês, para o português. Sua aplicação não mostrou bons resultados, e, então, optou-se por criar uma versão modificada, denominada SARCCalF, que apresentou melhor desempenho do que o questionário original na amostra estudada. Em relação ao segundo objetivo, foram desenvolvidos novos modelos preditivos de massa muscular apendicular voltados para a população idosa sul-americana: dois baseados em dados ultrassonográficos, e outros dois, em bioimpedância elétrica. A massa muscular estimada pelos modelos não foi significativamente diferente da aferida por absorciometria de duplo-feixe de raios-X, adotada como padrão-ouro para ambos os métodos. Alem disso, os resultados observados não apresentaram viés, e a acurácia foi comparável a modelos similares previamente desenvolvidos para outras populações. Dessa forma, os resultados apresentados nesta tese, se confirmados em outras amostras, podem representar novas alternativas para o rastreio e diagnostico da sarcopenia no contexto Sul-Americano.