Motivação: apesar dos esforços no combate ao trabalho infantil, ainda existem 317 milhões de crianças e adolescentes economicamente ativos no mundo; no Brasil são 5,4 milhões e, em 2005, parece ter havido uma inversão da tendência de queda que já durava uma década. A maioria dos estudos sobre trabalho infantil é descritiva ou enfocam a associação entre trabalho infantil e acidentes. Existe pouca literatura sobre o impacto do trabalho infantil em morbidades ou em problemas de comportamento (PC). Um artigo originado do mesmo banco de dados desta tese encontrou que, entre crianças, o trabalho foi fator de risco para PC e, para adolescentes, foi protetor. Entretanto, este artigo não examinou separadamente os componentes introversão e extroversão. Além disso, alguns autores têm sugerido que o trabalho poderia gerar uma síndrome de pseudomaturidade, estimulando comportamentos do contexto dos adultos, inclusive a adição ao cigarro. Objetivos: avaliar a associação de trabalho infantil com problemas emocionais e/ou de comportamento relacionados à introversão e à extroversão e com o tabagismo. Métodos: em 1998, foi realizado um estudo transversal com 4.924 pessoas de 6 a 17 anos, em 22 setores de baixa renda da cidade de Pelotas. Destes, 10% eram trabalhadores. Investigou-se a presença de tabagismo e de problema de comportamento, sendo este aferido pelo Child Behavior Checklist (respondido pela mãe). Relevância: a análise proposta é de extrema relevância, pois o assunto é original e poderá indicar prioridades no combate ao trabalho infantil.