Teses - PPGEpi

Título:

Níveis de estresse crônico medido por cortisol materno-infantil e seus determinantes na primeira infância: estudo de coorte de nascimentos e ensaio clínico randomizado

Autor:

Rafaela Costa Martins

E-mail:

rafamartins1@gmail.com

Área de concentração:

Orientador:

Joseph Murray

Banca examinadora:

Adriane Arteche, Mateus Levandowski e e Iná Santos

Data da defesa:

25/02/2021

Palavras-chave:

Coorte 2015

Resumo:

O cortisol capilar é um biomarcador que vem sendo usado para medir estresse crônico. Diferente do estresse agudo, que pode ser bom para o corpo humano (como o exercício físico), o estresse crônico pode afetar negativamente diversos sistemas no organismo, como o imunológico, cardiovascular ou nervoso. Porém, ainda existem poucos estudos sobre determinantes, consequências e prevenção do estresse crônico. Assim, o primeiro objetivo dessa tese foi revisar sistematicamente a literatura sobre o impacto de intervenções parentais no estresse em crianças e seus cuidadores. Os resultados da meta-análise não confirmaram a hipótese que intervenções parentais modificam níveis de cortisol em crianças ou seus cuidadores. Porém, foi difícil comparar os estudos devido aos diferentes métodos usados, e apenas um estudo mediu cortisol capilar, ou seja, estresse crônico. O segundo objetivo da tese foi determinar o nível de cortisol capilar de 3.252 crianças e 3.329 cuidadores na Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2015. Nesse estudo de base populacional, que é o maior sobre estresse crônico no mundo até hoje, a mediana de cortisol em crianças foi 7,6 pg/mg (IQR = 5,6 – 11,0) e nos cuidadores foi de 5,6 pg/mg (IQR = 4,2 – 7,9). O único determinante de cortisol capilar em crianças foi a educação materna, e nos cuidadores foram a educação, cor natural do cabelo, último corte de cabelo e última lavagem do cabelo. O último objetivo da tese foi identificar a adesão das mães em duas intervenções parentais oferecidas para famílias em vulnerabilidade. As duas intervenções (ACT e DBS) fazem parte do ensaio clínico randomizado PIÁ, aninhado à Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2015. A adesão nos dois programas foi alta (ACT: 64,2% e DBS: 76,6%), e as mães afirmaram que tiveram experiências positivas em ambas as metodologias aplicadas. As mães também destacaram algumas dificuldades práticas para participar das sessões. Para o ACT, a menor distância entre a casa e o local da intervenção e a menor idade materna foram preditoras da adesão. Não encontramos nenhum preditor para a adesão ao DBS.