Teses - PPGEpi

Título:

Características antropométricas maternas, amamentação e composição corporal das crianças: coorte de nascimentos 2004

Autor:

Helen Castillo Laura

E-mail:

helenadejavu@gmail.com

Área de concentração:

Epidemiologia do Ciclo Vital

Orientador:

Iná da Silva dos Santos

Banca examinadora:

Maria Cristina Gonzalez, Bernardo Lesa Horta e Maria cecília Assunção

Data da defesa:

26/05/2015

Palavras-chave:

Epidemiologia; Pesos e medidas corporais; Coorte 2004

Resumo:

Um atual problema de saúde pública em países de baixa e media renda é o incremento da prevalência da obesidade. As mulheres obesas em idade reprodutiva têm risco maior de apresentar resultados adversos durante a gravidez e o parto em comparação com as mulheres com peso normal. Com dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004, nesta tese analisou-se primeiramente a associação entre o índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional e ganho de peso gestacional (GPG) (tomados como exposições de interesse) e a composição corporal dos filhos aos 6 anos de idade; e, posteriormente, o efeito do IMC pré-gestacional e do GPG sobre a duração da amamentação exclusiva (até os 6 meses de idade) e de qualquer padrão de amamentação (até os 2 anos de idade). Distintos estudos investigaram a relação entre a obesidade materna e resultados adversos em seus filhos. Considerando o incremento da obesidade nas crianças no contexto atual e da utilização nos últimos anos de métodos indiretos para a determinação da composição corporal, foi realizada uma revisão sistemática e meta-análise com o objetivo de estabelecer a associação do IMC pré-gestacional e GPG maternos com a composição corporal dos filhos. Informação de dezoito estudos foi revisada, proporcionando evidência que sugere que o sobrepeso materno pré-gestacional é associado com elevada adiposidade nos filhos. No entanto, todos os estudos foram desenvolvidos somente em países de alta renda, o que justifica a procura de evidência em coortes de nascimentos de países de média ou baixa renda. No quinto acompanhamento da Coorte de Nascimentos 2004 em Pelotas (Brasil), a composição corporal das crianças foi determinada por pletismografía (BODPOD) aos seis anos de idade; informação do peso pré-gestacional, peso no final da gestação e altura materna foram coletadas no estudo perinatal. As análises de regressão linear multivariada em 3156 crianças determinou uma positiva associação do IMC materno pré-gestacional e GPG com a massa gorda (MG), a massa livre de gordura (MLG), índice de massa gorda (IMG), índice da massa livre de gordura (IMLG) e o porcentual de gordura corporal (%GC). Para cada kg/m2 de incremento de IMC materno pré-gestacional, a média de aumento nas crianças foi de 0.11 kg para MG, 0.07 kg/m2 em IMG e 0.18% em %GC. Para cada quilograma de GPG de incremento, existe em media 0.08 kg de incremento para MG, 0.05 kg/m2 em IMG, e 0.18% em %GC. Para explorar a relação entre a composição corporal materna e a amamentação, foram utilizadas informações sobre padrões de amamentação aos 3 meses de idade, e duração da amamentação exclusiva e total. O estúdio apresentou ausência das diferenças na duração da amamentação exclusiva e total conforme as categorias do IMC pré-gestacional e o GPG, também foi observado incremento na probabilidade preditiva para desmame em filhos de mães obesas aos três anos de idade comparados com aqueles filhos de mães com peso normal. Em resumo, esta tese identificou por um lado o efeito deletério da obesidade materna sobre a adiposidade nas crianças e a menor duração da amamentação.