Este estudo avaliou a associação do consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) e da prática de atividade física moderada ou vigorosa (AFMV) com índice de massa corporal (IMC) e obesidade em participantes da coorte de nascimento de 1982, Pelotas, RS. Foram incluídos 2.099 participantes avaliados aos 40 anos. O percentual de consumo de AUP foi avaliado usando instrumento que mediu o consumo de 37 subgrupos alimentares, e a prática de atividade física foi mensurada pelo acelerômetro ActiGraph, com período de 10(bouts) minutos de margem de sustentação. A associação com o IMC foi avaliada pela regressão linear múltipla e para a obesidade foi utilizado regressão de Poisson com variância robusta, controlando para fatores de confusão e viés de auto-seleção. A participação dos alimentos ultraprocessados na dieta esteve associada positivamente com o IMC, aqueles no terceiro tercil de consumo apresentaram, em média, IMC 1,14kg/m²(IC95% 0,32;1,96) maior do que os no primeiro tercil. Já a prática de atividade física esteve inversamente associada, aqueles no maior tercil apresentaram IMC, em média, 2,17kg/m²(IC95% – 3,08;-1,27) menor do que os que não praticavam AFMV. No que se refere à obesidade, as associações foram na mesma direção, em relação ao consumo de AUP, apresentaram risco 35%(IC95% 1,12;1,63) maior, enquanto que na AFMV apresentaram risco 40%(IC95% 0,47;0,77) menor. Além disso, foi observada interação entre o consumo de AUP e o tempo de AFMV, estar ativo não anula o efeito do consumo de alimentos ultraprocessados. Esses achados reforçam a importância da implementação de políticas públicas efetivas voltadas ao incentivo a alimentação saudável e prática de atividade física.