Aluno:Márcio de Almeida Mendes
Título: Atividade fÃsica e percepção de insegurança contra crimes em adultos: um estudo de base populacional
Área de concentração:
Orientador:Elaine Tomasi
Banca examinadora:Pedro Hallal e Priscila Missaki Nakamura
Data defesa:13/12/2012
Palavras-chave:Atividade fÃsica; Violência urbana; Epidemiologia
Em decorrência das mudanças no perfil epidemiológico dos paÃses
desenvolvidos e em desenvolvimento - com aumento da carga de doenças e agravos não transmissÃveis (DANTs) em detrimento das doenças infectocontagiosas - evidencia-se que as DANTs representam atualmente as
principais causas de morte no mundo. Esta mudança do perfil de
morbimortalidade das populações está estreitamente associada a fatores comportamentais como tabagismo, uso indiscriminado de bebidas alcoólicas, alimentação inadequada e inatividade fÃsica.
Neste contexto, surgiram muitos estudos investigando as relações da
atividade fÃsica com outros desfechos de saúde, acarretando um rápido crescimento deste campo do conhecimento. Atualmente, os benefÃcios atribuÃdos à prática regular de atividade fÃsica já são amplamente estabelecidos na literatura cientÃfica, bem como entre a população, embora se saiba que apenas isto não é suficiente para modificar padrões de atividade fÃsica.
Sendo assim, a identificação dos fatores que influenciam positiva ou
negativamente as escolhas relacionadas à prática de atividade fÃsica é um quesito fundamental para que se possa reduzir as elevadas prevalências de inatividade fÃsica observadas na maioria dos paÃses.
Muitos estudos vêm sendo conduzidos na perspectiva de investigar as
influências do ambiente fÃsico em relação à prática de atividade fÃsica,
pois havendo esta associação, iniciativas direcionadas a modificações destes ambientes poderiam resultar em intervenções efetivas para promoção de atividade fÃsica.
Assim como aspectos fÃsicos, a percepção de segurança contra crimes também deve ser classificada como um determinante modificável nos ambientes, visto que a sua existência na vizinhança e nos demais locais de convÃvio pode ser um fator ambiental relevante para a prática de atividade fÃsica.
Alguns trabalhos sugerem a existência de uma associação direta entre o nÃvel de atividade fÃsica e a percepção de segurança contra crimes na vizinhança para mulheres e idosos. No entanto, existem poucas evidências sobre esta associação em populações adultas e, conforme o editorial publicado no Journal of Environmental and Public Health, são escassos os estudos avaliando esta associação adotando a atividade fÃsica como desfecho e a percepção de segurança contra crimes como principal exposição, sendo ainda escassos os achados referentes a esta associação considerando os domÃnios de lazer e deslocamento, separadamente dos demais. Além disso, é fundamental a investigação dessa associação em paÃses
de média e baixa renda, onde a produção do conhecimento sobre o tema ainda é incipiente e onde, possivelmente, existam maiores problemas com segurança.
Portanto, estudos com populações adultas, que investiguem de forma
mais detalhada a associação entre atividade fÃsica e percepção de segurança contra crimes na vizinhança, medindo esta percepção através de questões com boa especificidade sobre os crimes e, avaliando separadamente as atividades fÃsicas realizadas no lazer e no deslocamento, seriam extremamente relevantes, pois, além de preencher uma lacuna existente na literatura sobre o tema, trariam evidências importantes para um melhor entendimento dos fatores
determinantes à inatividade fÃsica, auxiliando na elaboração de futuras
intervenções direcionadas ao aumento dos nÃveis de atividade fÃsica e
promoção da saúde.