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Resumo dos Artigos:

 DÉFICIT COGNITIVO: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS EM UM ESTUDO DE BASE POPULACIONAL NO SUL DO BRASIL

OBJETIVOS: Determinar a prevalência de déficit cognitivo em pessoas com 55 anos ou mais e investigar possíveis fatores associados.

MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal, de base populacional, na zona urbana de Pelotas - cidade do extremo Sul do Brasil. O processo de amostragem foi realizado em múltiplos estágios. Utilizaram-se os setores censitários, com dados de número de domicílios por setor e média de escolaridade, referentes ao censo realizado pelo IBGE em 1996.A prevalência de déficit cognitivo foi determinada usando como teste de rastreamento o Mini Exame do Estado Mental, utilizando-se pontos de corte diferenciados conforme a escolaridade. Os efeitos de variáveis socioeconômicas, demográficas e comportamentais sobre a prevalência de déficit cognitivo foram analisados por regressão de Poisson.

RESULTADOS: A amostra final foi constituída por 801 pessoas com predominância do sexo feminino (60,9%), cor da pele branca (86,8%), em união conjugal (56,4%) A média da faixa etária foi de 66,3 ± 8,4 anos, com escolaridade média de 4,8 ± 4,3 anos completos de estudo.A média geral dos escores do MEEM foi 23,39 ±4,55, com mediana igual a 24. A prevalência de déficit cognitivo na amostra, considerando pontos de corte diferenciados conforme a escolaridade foi de 16,0%. Idade (p < 0,001), sexo (p= 0,014), renda familiar (p=0,022) e IMC (p =0,004) foram as variáveis que mostraram associação com déficit cognitivo.

CONCLUSÕES: A média geral dos escores do MEEM nesta amostra foi alta, mesmo entre indivíduos sem escolaridade. Existe uma tendência de aumento da prevalência de diminuição da capacidade cognitiva diretamente proporcional à idade e inversamente proporcional à escolaridade. Resultados deste estudo sugerem que o MEEM é um instrumento adequado para rastreio de déficit cognitivo na comunidade, podendo ser mais utilizado já que consiste em uma primeira etapa para o diagnóstico de possível doença demencial, o que é particularmente importante para o tratamento, que pode ser mais eficaz em casos leves ou precoces.

PALAVRAS-CHAVE : Transtornos cognitivos, demência, mini-exame do estado mental, epidemiologia, estudos transversais.

 

OBJECTIVES: To determine the prevalence of cognitive deficit in people of 55 years of age and over, as well as to investigate any associated factors.

METHOD: A cross sectional population-based study was carried out in Pelotas in the south of Brazil. Sampling was undergone at various intervals in areas that had been censored in 1996 by the IBGE according to population density and level of schooling. The prevalence of cognitive deficit was determined using the Mini-Mental State Examination (MMSE), dividing the sample according to level of schooling. The socio-economic, demographic and behavioural variables relating to cognitive deficit were measured according to the Poisson regression method.

RESULTS: The final sample consisted of 801 people, mainly women (60.9%), Caucasian (86.8%) and married persons (56.4%). Average age was 66.3 years old (± 8.4 yrs) with an average of 4.8 years (± 4.3 yrs) of completed school education. The average score on the MMSE test was 23.39 (± 4.55) with the median being 24. The prevalence of cognitive deficit in the sample was, taking into account the different levels of education, 16.0%. The following factors were shown to be the variable factors associated with cognitive deficit: Age ( p=0.000 ), sex ( p=0.014), income(p= 0.022) and IMC (p=0.023).

CONCLUSION: The overall average of MMSE score in this particular sample was high even among those of lower schooling levels. There tends to be a higher prevalence of cognitive loss in direct proportion to age and an inverse association with to level of schooling. The results of this study suggest that the MMSE is an adequate method for assessing cognitive deficit within a community and could be more broadly used as a primary tool for the diagnosis of dementia. This could be of particular importance as treatment may prove to be more efficient in less serious and early cases.

KEY WORDS: Cognition, dementia, Mini-Exam State Examination, Epidemiology, cross sectional study .

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