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Sala de Imprensa

23/02/2022

Defesa de tese

Título:  Uso de mídias na adolescêcia e sua influência sobre o diagnóstico de transtorno de défcit de atenção e desempenho da memória de trabalho no início da vida adulta

Banca: Prof. Dr. Luciano Dias de Mattos Souza (UCPEL), Prof. Dr. Inácio Crochemore Mohnsam da Silva (PPGEPI/UFPEL) e Prof. Dr. Bernardo Lessa Horta (PPGEPI/UFPEL)

 

Orientador: Helen Gonçalves

Nota à imprensa

Nas últimas décadas ocorreram mudanças drásticas no uso de mídias, assim como a introdução acelerada de novas tecnologias. Dados levantados por empresas de tecnologia têm mostrado que o Brasil é o terceiro país do mundo que mais dedica tempo utilizando mídias digitais, sendo o maior tempo despendido entre os usuários entre 18 e 24 anos. Embora os dispositivos eletrônicos estejam onipresentes na vida dos adolescentes, seus efeitos sobre a saúde mental nesse período da vida não são amplamente conhecidos. Nesse sentido, a tese do doutorando do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Pedro San Martin Soares, orientado pelas professoras Helen Gonçalves e Paula Duarte de Oliveira, buscou investigar a relação do uso de mídias ao longo da adolescência com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e desempenho da memória de trabalho no início da vida adulta. O estudo sobre uso de mídias e TDAH, avaliado na Coorte de Nascimento de Pelotas de 1993, verificou maior número de sintomas de TDAH aos 22 anos naqueles que dedicavam mais tempo assistindo televisão aos 11 anos e utilizando computador aos 18 anos. Ainda, cada aumento de uma hora por dia assistindo televisão aos 11 anos, representou, em média, um aumento de 1% na probabilidade de ser diagnosticado com TDAH aos 22 anos. A explicação para isto está relacionada com a rapidez das mudanças de cena e os altos níveis de estímulo sensorial do conteúdo consumido. Além disso, pode se assumir que várias atividades de tela exigem esforços de atenção e seu uso frequente podem levar a dificuldades na filtragem de informações irrelevantes. O doutorando também avaliou a associação entre tempo de tela na adolescência e memória de trabalho aos 22 anos. A memória de trabalho consiste na capacidade de armazenar e reter temporariamente a informação, estando intimamente relacionada com a aprendizagem. Houve associação apenas nos homens, de modo que um maior tempo de televisão, videogame e computador aos 11 anos, representou, uma melhora sutil no desempenho da memória de trabalho aos 22 anos. Porém, uma grande parte dos efeitos 187 observados foi decorrente do quociente de inteligência (QI). Assim, constatouse que os efeitos do uso de mídias não são os mesmos entre os gêneros, o que pode contribuir para futuras investigações de possíveis caminhos explicativos para essas associações, bem como para o desenvolvimento de intervenções que visem melhorar o desempenho da memória de trabalho.


Online - DATA:23/02/2022 - HORA:14:00hs

Apresentador: Pedro San Martin Soares





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