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Sala de Imprensa

23/02/2021

Defesa de tese

Título: Padrões de duração do sono entre a adolescência e a vida adulta e sua relação com o acúmulo de capital humano em uma coorte de nascimentos

Banca: Sabine Pompeia (UNIFESP), Joseph Murray (UFPel), Luciana Tovo Rodrigues (UFPel)

Orientador: Fernando Wehmeister

 

Padrões de duração do sono entre a adolescência e a vida adulta e sua relação com o acúmulo de capital humano em uma coorte de nascimentos

 

O sono desempenha funções essenciais no nosso organismo, estando entre elas a consolidação da memória e da aprendizagem. Estudos científicos têm mostrado que a curta duração do sono pode resultar em piores desfechos cognitivos e escolares, porém esses dados vêm de países ricos e podem não refletir a realidade de um país misto como o Brasil. Nesse sentido, um estudo realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas avaliou os padrões de duração do sono entre a adolescência e o início da vida adulta e sua relação com anos de estudo, memória e renda aos 22 anos, utilizando dados da Coorte de Nascimentos de 1993. O estudo fez parte da tese da doutoranda Adriana Kramer Fiala Machado, orientada pelo Prof. Dr. Fernando C. Wehrmeister e coorientada pela Dra. Andrea Wendt. A pesquisa mostrou que a partir dos 18 anos os indivíduos dormiam mais tarde, enquanto o horário de acordar se manteve semelhante ao longo dos anos. Aos 11 anos, os membros da coorte dormiam cerca de 9.5 horas. Esse tempo foi diferente ao passar dos anos: nas mulheres foi de 8,5 aos 18 anos e 8,0 horas aos 22 anos e nos homens foi um pouco menor 8,0 aos 18 anos e 7,5 horas aos 22 anos. Os indivíduos foram divididos em três grupos de acordo com a duração do sono ao longo dos anos. Os grupos para os homens foram: aumento da duração do sono dos 11 aos 18 anos se mantendo estável até 22 anos (3,4%); diminuição da duração do sono entre os 11 e os 18 se mantendo estável até os 22 anos (45,0%); redução da duração do sono ao longo dos anos (51,6%). Já para as mulheres os grupos foram: aumento da duração do sono entre os 11 e 18 anos e diminuição entre os 18 e 22 anos (2,4%); redução da duração do sono entre os 11 e os 18 anos se mantendo estável até os 22 anos (25,6%); redução da duração do sono ao longo dos anos (72,0%). Os pesquisadores ainda buscaram avaliar como esses grupos de tempo de sono refletiram no capital humano no início da vida adulta. O capital humano foi medido através de anos completos de educação formal, renda e teste de função executiva (memória). Como resultados, pôde-se observar que os indivíduos que pertenciam ao grupo com maior duração do sono apresentaram menos anos de estudo e tiveram pior desempenho no teste de memória, enquanto aqueles que apresentaram um padrão considerado esperado (diminuição da duração do sono no decorrer da adolescência seguida pela estabilização no início da vida adulta) apresentaram melhores resultados. O sono deve ser entendido como fundamental no desenvolvimento cognitivo, especialmente em períodos críticos do desenvolvimento, como infância e adolescência. Desta forma, pode contribuir, conjuntamente com outros fatores, para que estes indivíduos atinjam o seu máximo potencial cognitivo e de desenvolvimento humano”, relata a autora. 


Online - DATA:23/02/2021 - HORA:09:00hs

Apresentador: Adriana Kramer Fiala Machado





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