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Sala de Imprensa

24/02/2021

Defesa de dissertação

Título: Apoio financeiro e de cuidado em idosos: associação com características demográficas, socioeconômicas e de situação de saúde, em 2008 e 2016

Banca:Fabiola Bof de Andrade (FIOCRUZ) e  Inácio Crochemore

Orientador: Luiz Augusto Facchini

 

Apoio financeiro e de cuidado em idosos: associação com características demográficas, socioeconômicas e de situação de saúde, 2008 e 2016 

 

O apoio social tem sido reconhecido pela sua relevância em diferentes aspectos da saúde de indivíduos e populações. A importância do apoio social aumenta conforme ocorre o envelhecimento da população. No Brasil, a investigação das características e dimensões do apoio social dos indivíduos e comunidades ainda é um desafio para o conhecimento científico, estudos epidemiológicos que abordem o apoio social como variável dependente ainda são escassos. Buscando avaliar o recebimento e oferecimento de apoio social do tipo financeiro e de cuidado em idosos, em função de características demográficas, socioeconômicas, de situação de saúde e modelo de atenção básica à saúde, analisou-se, em 2020/2021, os resultados de uma pesquisa entre os idosos residentes no município de Bagé-RS, estudo conhecimento como SIGa-Bagé. O estudo foi coordenado pela Profa. Dra. Elaine Thumé, e as análises foram realizadas pela mestranda em Epidemiologia Bruna Venturin, sob a orientação do Prof. Luiz Augusto Facchini e coorientação da Dra. Mirelli de Oliveira Saes. O trabalho faz parte do mestrado em Epidemiologia. O recebimento e oferecimento de apoio social do tipo financeiro e de cuidado entre os idosos foi avaliado em 2008 tendo 1.593 entrevistados e em 2016 com 736 reentrevistados. 

 

Os achados do estudo revelam que em 2008, um em cada cinco idosos do município de Bagé recebiam apoio financeiro de familiares ou outros. Mais da metade dos idosos (54,9%) recebiam apoio do tipo cuidado pessoal, enquanto que no acompanhamento de 2016 percebe-se que aproximadamente 17% recebem apoio financeiro e 37,0% apoio do tipo cuidado. Cerca de 38,0% e 57,0% dos idosos em 2008, ofereciam apoio financeiro e cuidado, respectivamente. Já em 2016, a oferta era de aproximadamente 32,0% e 45,0%, respectivamente. 

 

Os resultados da análise do acompanhamento de 2008 apontam que idosos que viviam sem o companheiro, não possuíam aposentadoria, não trabalhavam, possuíam incapacidade de realizar atividades de vida diária e que não saíram de casa no último mês possuíam maiores probabilidades de receber apoio financeiro da família ou outros. Enquanto que em 2016, idosos do sexo feminino, que possuíam incapacidade de realizar atividades de vida diária tinham maiores probabilidade de recebimento de apoio financeiro. 

 

O recebimento de cuidado, em 2008, foi maior entre os idosos que tinham idade igual ou maior que 75 anos, do sexo feminino, que possuíam incapacidade de realizar atividades instrumentais. Ao passo que em 2016, os idosos que residiam em área de cobertura pela Estratégia de Saúde da Família (ESF) e com incapacidade de realizar atividades instrumentais tinham maiores probabilidades de recebimento de cuidado. 

 

No que se refere ao oferecimento de apoio financeiro por parte dos idosos, os resultados mostram que idosos do sexo masculino possuíam maior probabilidade de ofertar ajuda material em 2008. Em 2016, idosos que não trabalhavam possuíam aproximadamente 30% menos probabilidade de oferecer apoio financeiro quando comparados aqueles que trabalhavam. 

 

No que tange ao oferecimento de cuidado, em 2008, os idosos que tinham idade igual a 75 anos ou mais, sexo feminino, viviam sem companheiro, moravam sozinhos e possuíam incapacidade de realizar atividades instrumentais da vida diária possuíam maior probabilidade de oferecimento de cuidado. Entretanto, em 2016, as características dos idosos para o maior oferecimento de cuidado foram: residir em áreas cobertas por Estratégia Saúde da Família (ESF) e possuir incapacidade de realizar atividades instrumentais da vida diária. 

 

Conclui-se que o recebimento e a oferta de apoio financeiro e de cuidado variou significativamente em função de características demográficas, de situação de saúde e modelo de atenção básica, portanto é necessário que o Estado revise e reformule suas políticas públicas e sociais para garantir a melhoria da qualidade de vida e situação de saúde dos idosos, principalmente em tempos de dificuldades econômicas e deficiências no processo de distribuição de renda e seguridade social. 


Online - DATA:24/02/2021 - HORA:09:00hs

Apresentador: Bruna Venturin





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