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Sala de Imprensa

29/09/2020

Defesa de tese: Uso de medicamentos durante a gestação e lactação: análise dos dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2015

Título: Uso de medicamentos durante a gestação e lactação: análise dos dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2015 

Banca: Camila Giugliani, Iná Santos e Bernardo Horta 

Orientador: Andrea Homsi Dâmaso 

Local: Online 

Data: :30/09/2020 

Hora: 09:00hs 
 
Apresentador: Bárbara Lutz 

 

Estudo avalia uso de medicamentos durante a gestação e lactação

 

O uso de medicamentos por mulheres durante a gestação e lactação é uma prática muito frequente que tem crescido nos últimos anos, visto que vem aumentando a frequenciade doenças crônicas durante a gravidez, como hipertensão e diabetes, em decorrência do aumento da idade média em que as mulheres engravidam e de outros fatores como o aumento da obesidade. Considerando o fato de que o uso de medicamentos nestas fases pode ter influência também na saúde da criança, a informação sobre seu uso durante a vida reprodutiva é um importante tema de saúde pública.  

 

Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Pelotas utilizando dados das mulheres cujos filhos participaram da Coorte de Nascimentos de 2015 teve como objetivos descrever o uso de medicamentos durante a gestação, descrever o uso de medicamentos até três meses pós-parto e sua relação com o desmame e avaliar a relação do uso de ácido fólico durante a gestação e a ocorrência de depressão pós-parto. 

 

Os resultados da pesquisa demonstraram que 92,5% das mulheres fizeram uso de medicamentos durante a gestação(excluindo sais de ferro, ácido fólico, vitaminas e outros minerais), sendo que 27,7% delas se auto-medicaram em algum momento durante a gestação. As mulheres que tiveram três ou mais problemas de saúde durante a gravidez fizeram maior uso de medicamentos. A automedicação foi mais frequente nos grupos de baixa renda, entre fumantes e mulheres que tiveram três ou mais gestações. 

Alguns medicamentos são recomendados rotineiramente durante a gravidez no Brasil, como o ácido fólico. O estudo demonstrou que as mulheres que fizeram suplementação de ácido fólico por dois ou três trimestres da gestação tiveram menor risco de depressão leve aos três meses pós-parto, em comparação com mulheres que não usaram este suplemento, constituindo mais um possível benefício da utilização desta vitamina durante a gravidez. 

 

Todos os medicamentos utilizados pelas mães do nascimento ao terceiro mês pós-parto foram classificados segundo a segurança na lactação, utilizando um critério brasileiro e outro internacional. O uso de medicamentos com algum risco para a lactação foi frequente (79,6% considerando as Categorias de Risco na Lactação de Hale e 12,3% considerando os critérios do Ministério da Saúde do Brasil). Não foram encontradas diferenças nas taxas de desmame entre o grupo de mães que não fazia uso de medicamentos ou usava apenas medicamentos compatíveis com a lactação e o grupo que usava medicamentos com algum risco para a lactação, segundo ambos os critérios. Quanto aos comportamentos analisados, 10,6% das mães participantes do estudo responderam que optaram por não usarem medicamentos por estarem amamentando e 2,8% delas pararam de amamentar devido ao uso de algum medicamento. Entre as mães que não amamentaram, 10,2% delas relataram que o uso de medicamentos foi o motivo para a criança não ter sido amamentada. 

 

O estudo foi conduzido pela médica e doutoranda Bárbara Heather Lutz, sob orientação da professora Andréa H. Dâmaso, do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas e em colaboração com o professor Diego G. Bassani, do Centre for Global Child Health (The Hospital for SickChildren, Universidade de Toronto). 




Fonte: PPGEpi





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