Título: Efeito do aconselhamento nutricional realizado na infância sobre os transtornos mentais e a inteligência na adolescência: estudo de intervenção
Orientador: Alicia Matijasevich
Banca: Aluísio Barros, Beatriz Tavares e Ricardo Pinheiro
Data: 22/11/2016
Hora: 8:30h
Local: Auditório Prédio B
Apresentador: Tiago N. Munhoz
Nota à imprensa
No ano de 1998 uma intervenção de aconselhamento nutricional às mães de crianças menores de dois anos de idade foi realizada nos postos de saúde da cidade de Pelotas. Os resultados desta intervenção indicaram uma melhora no crescimento infantil. No ano de 2013 os indivíduos que participaram deste estudo quando crianças foram novamente avaliados aos 15 anos de idade. Foi observada uma melhora no perfil metabólico na adolescência em meninos e meninas, mas não se observou efeitos da intervenção na inteligência.
Os resultados referentes à inteligência destes adolescentes que receberam a intervenção de aconselhamento nutricional na infância foram avaliados na tese de doutorado do psicólogo Tiago Neuenfeld Munhoz, defendida no Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas. A tese foi orientada pelas professoras Alicia Matijasevich e Iná S. Santos.
A tese também analisou os resultados de 48 pesquisas realizadas em diferentes países do mundo que avaliaram os efeitos da suplementação com ácidos graxos, ácido fólico, ferro e zinco durante a gestação e os primeiros anos de vida no desenvolvimento cognitivo e na saúde mental. Os resultados avaliados sugerem que estas intervenções não melhoraram o desenvolvimento da cognição, inteligência ou saúde mental. Desta forma, novas intervenções relacionadas ao neurodesenvolvimento infantil devem ser pesquisadas.
Um em cada seis adolescentes da cidade de Pelotas é deprimido
Os resultados da Tese do psicólogo Tiago Neuenfeld Munhoz, defendida no Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas, indicaram que 17% dos adolescentes de Pelotas apresentou sintomas de depressão. O estudo incluiu informações de 743 adolescentes que responderam a um questionário no seu domicílio. As meninas apresentaram maior risco para o desenvolvimento da depressão, um resultado já observado em muitos países. Outra informação revelada pelo estudo foi de que os adolescentes que viviam com algum familiar deprimido apresentaram maior risco para a depressão. O estudo foi orientado pelas professoras Alicia Matijasevich e Iná S. Santos.
Os resultados deste estudo indicam a relevância da depressão como doença nos adolescentes e fornecem evidências sobre fatores relacionados à depressão, alguns potencialmente modificáveis, o que poderá auxiliar no planejamento de políticas e serviços de saúde.
Fonte: PPGE