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Teses e Dissertações


2019


Aluno:Bianca de Oliveira Cata Preta

Título: Uso de smart drugs em universitários: Prevalência e fatores associados

E-mail:bianca.catapreta@gmail.com

Área de concentração:

Orientador:Andréa Dâmaso Bertoldi

Banca examinadora:Ricardo Tavares Pinheiro e Elaine Tomasi

Data defesa:14/02/2019

Palavras-chave:

Este estudo está atrelado ao consórcio de Mestrado do biênio 2017/2018 do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas. Realizou-se um estudo transversal utilizando um questionário anônimo e autoaplicado com todos os estudantes de graduação da Universidade Federal de Pelotas com ingresso em 2017, entre Novembro de 2017 e Julho de 2018. Foram coletados dados de 1.865 estudantes de 18 anos ou mais de idade com o objetivo de estimar a prevalência de uso de smart drugs e conhecer os fatores relacionados ao seu acesso e utilização. O uso de smart drugs foi definido como utilização de metilfenidato, modafinil ou piracetam alguma vez na vida e/ou nos últimos 12 meses. Caracterizou-se o uso por motivação, meios de obtenção e situação de moradia. Para os que não utilizaram nenhum dos medicamentos perguntou-se se houve interesse de utilização e o motivo de não ter utilizado. As variáveis independentes utilizadas neste estudo foram sexo, idade, cor da pele, região de moradia antes do ingresso na universidade, situação de moradia atual, escolaridade da mãe, áera do curso, quantidade de turnos de aula, nível socioeconômico, diagnóstico médico de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) autorreferido, consumo prejudicial de álcool e tabagismo. Foi calculada a prevalência de uso de smart drugs de acordo com as variáveis independentes com seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). Realizou-se análise bruta e ajustada através da regressão de Poisson com variância robusta para estimar a razão de prevalência do uso de smart drugs nos últimos 12 meses. A variável de meios de obtenção foi estratificada por diagnóstico autorreferido de TDAH. Como resultados principais, ressalta-se: a prevalência de uso de smart drugs foi de 7,3% (IC95% 6,2% – 8,6%) alguma vez na vida e de 4,2% (IC95% 3,4% – 5,3%) nos últimos 12 meses. Os estudantes pertencentes ao nível socioeconômico A tiveram uma prevalência de uso de smart drugs 1,9 vezes maior do que os pertencentes ao nível D/E e os que autorreferiram diagnóstico de TDAH tiveram uma prevalência 9,0 vezes maior do que os estudantes que negaram o transtorno, na análise ajustada. Dentre as smart drugs investigadas, o metilfenidato foi o medicamento mais utilizado com o objetivo de aumentar a concentração (88,7%) e a capacidade de aprendizagem (64,4%). O meio de obtenção mais relatado foi receita médica (68%), para aqueles que referiram ter TDAH, e através de amigos (51%) para os que não referiram ter TDAH. Entre os estudantes que não utilizaram smart drugs, 304 relataram desejo de utilizar algum medicamento, mas não o fizeram, principalmente, por medo de efeitos colaterais. Em síntese, as prevalências encontradas estiveram próximas as relatadas por outros estudos. Com este estudo foi possível traçar um perfil dos universitários usuários de smart drugs contribuindo para dar embasamento para a discussão sobre o assunto com um olhar para a promoção da saúde do estudante.

Palavras-chave: epidemiologia, prevalência, estudos transversais, estudantes universitários, smart drugs.



Abstract


This study is nested within a master consortium of 2017/2018 biennium of the Post-Graduate Program in Epidemiology of the Federal University of Pelotas. A cross-sectional study was performed among all students who entered the university in 2017 using an anonymous, self-administered questionnaire between November 2017 and July 2018. Data were collected from 1.865 students with 18 years or above with the aim of estimate the prevalence of smart drug use and to know the factors related to its access and use. Smart drug usage was defined as taking methylphenidate, modafinil or piracetam once in a lifetime and/or in the preceding 12 months. We characterized the means of obtaining smart drugs, motives for its use and the residential situation of the students. We asked the students who did not use any medication if they had the interest to take it and the reasons they did not. The independent variables included sex, age, skin color, location before entered the university, residential situation of the students, mother’s schooling, socioeconomic status, diagnosis of attention deficit disorder (ADD) self-reported, alcohol abuse and tobacco use. The prevalence of smart drug use with 95% confidence interval (95%CI) was calculated with the independent variables. A multivariable analysis was performed with Poisson regression with robust variance. The variable means of obtaining smart drugs was stratified according to ADD self-reported diagnosis. The main results are: the prevalence of smart drug use in the life time was 7.3% (CI95% 6.2% – 8.6%) and 4.2% (CI95% 3,4% – 5,3%) in the past 12 months. Students with socioeconomic status A had a 1.9 times higher prevalence of using smart drugs than those belonging to the D / E level and those who self-referred diagnosed ADD had a prevalence of 9.0 times higher than students who denied the disorder, in the adjusted analysis. The most commonly used smart drug was methylphenidate with the aim of improving concentration (88.7%) and increasing academic performance (64.4%). Among the students who have diagnosis of attention deficit disorder (ADD), most obtained the smart drug from a medical prescription (68%) and among the students who have not ADD, most obtained the drug from a friend (51%). More than 300 students reported a desire to use some smart drug, but they did not, mainly due to the fear of side effects. In summary, the observed prevalence was close to that reported in related studies. According to this study, it was possible to draw a smart drug users profile in the university adding information to the scientific literature to provide background for discussion on the subject form a public health perspective.


Keywords: epidemiology, prevalence, cross-sectional studies, college students, smart drugs.


Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - Centro de Pesquisas Epidemiológicas