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Teses e Dissertações


2016


Aluno:Gustavo Pêgas Jaeger

Título: Prevalência de Transtornos Relacionados ao Uso de Álcool e Fatores associados entre Adultos da Zona Rural de uma cidade de médio porte do Sul do Brasil: estudo de base populacional

E-mail:gpjaeger@yahoo.com.br

Área de concentração:

Orientador:Mariângela Silveira

Banca examinadora:Beatriz Tavares e Fernando Wehrmeister

Data defesa:28/11/2016

Palavras-chave:

O consumo de bebidas alcoólicas é um hábito presente há séculos na história da humanidade. Consumido com propósitos diversos ao longo do tempo, os problemas oriundos deste consumo, mais especificamente a dependência de álcool, foram entendidos, predominantemente até o final do século XVIII, a partir de um ponto de vista moral, considerado pela igreja como um pecado passível de arrependimento e “cura” através de penitências. Mais claramente, a partir do fim século XIX e início do século XX, a dependência de álcool passou a ser entendida, de forma mais racional, como uma enfermidade, a qual necessitava de tratamento com base na ciência.1
Este consumo, tão frequente atualmente, com prevalência que pode chegar a 50% de consumidores nos últimos doze meses, e prevalência de consumo durante a vida que pode aproximar-se dos 75%, pode dar origem a diversos tipos de transtornos. Entre eles, encontram-se o uso nocivo e a dependência de álcool, que são os de maior importância para este estudo.5
As prevalências de dependência de álcool diferem de acordo com as populações estudadas. Países, culturas, religiões, métodos diagnósticos diferentes, entre outros, acabam por fornecer dados de prevalência, por vezes, muito distintos.3;8
Nos Estados Unidos, estima-se que a prevalência geral seja de 8,5% em adultos a partir dos 18 anos de idade, com importantes diferenças entre gêneros e faixas etárias.8
A OMS, no ano de 2010, encontrou uma prevalência de 5,6% de transtornos relacionados ao álcool no Brasil, os quais incluem uso nocivo e síndrome de dependência. Além disso, demonstrou que neste mesmo ano, 22,1% da população brasileira havia apresentado, nos últimos trinta dias, pelo menos um episódio de consumo pesado, ou binge drinking.3
No Brasil, dados do II LENAD, apontaram uma prevalência de dependência de 6,8% e prevalência geral de consumidores de 50%. A PNS, publicada em 2013, demonstrou que 24% da população brasileira, com dezoito anos ou mais, referiu consumir bebidas alcoólicas pelo menos uma vez por semana.5; 6
A intoxicação aguda, o uso nocivo e, principalmente, a dependência de álcool constituem problemas de saúde pública. Os efeitos tóxicos causados pelo uso do álcool, especialmente pelo uso crônico, são fatores de risco para diversos tipos de doenças, como cirrose e alguns tipos de câncer. Além disso, as consequências advindas do consumo exagerado de bebidas alcoólicas são de grande impacto para a sociedade como um todo. Há forte associação entre o consumo de álcool e violência, acidentes, consumo de outras substâncias lícitas e ilícitas, etc. Além disso, em termos de saúde pública, os custos financeiros decorrentes do consumo exagerado de álcool são enormes para o estado.3
Pelos dados apresentados pela literatura até o momento, constatam-se altas prevalências de consumo de álcool, bem como de dependência, principalmente em populações urbanas. Além disso, percebe-se o grande custo financeiro e humano que estes problemas representam para a sociedade. No entanto, há ainda uma lacuna de conhecimento acerca deste problema em populações rurais, que por sua própria posição geográfica, afastada dos grandes centros, muitas vezes de meios de informação e, mais importante, de serviços de saúde que poderiam agir sobre os problemas relacionados ao consumo de álcool, ao realizar prevenção em diversos níveis e tratamento de indivíduos doentes.


Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - Centro de Pesquisas Epidemiológicas