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Teses e Dissertações


2010


Aluno:Ludmila Correa Muniz

Título: Frequência de Consumo de Leite na População de Pelotas, RS: Preferências e Perfil dos Consumidores

E-mail:

Área de concentração:Epidemiologia

Orientador:Cora Luiza Pavin Araújo

Banca examinadora:Marly Augusto Cardoso-USP; Maria Cecília Formoso Assunção-UFPel.

Data defesa:01/11/2010

Palavras-chave:Nutrição; Leite; Epidemiologia

O Ministério da Saúde, através do Guia Alimentar para a População Brasileira, recomenda o consumo diário de três porções de leite e/ou derivados. De acordo com o Guia, os adultos devem dar preferência ao consumo de leite e derivados com baixo teor de gordura, ou seja, semidesnatados ou desnatados. O leite é uma fonte importante de proteínas de elevado valor biológico, assim como de vitaminas e minerais. Entretanto, o principal valor nutricional do leite é seu elevado teor de cálcio, que é um nutriente fundamental para a prevenção da osteoporose, uma doença crônica de prevalência crescente que, atualmente, atinge milhões de pessoas em todo o mundo, sobretudo, mulheres com mais de 50 anos de idade. Mais recentemente, estudos têm mostrado que o consumo de leite e derivados em quantidade adequada, principalmente aqueles com baixo teor de gordura, auxilia na redução do risco para algumas doenças crônicas tais como, excesso de peso, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2 e alguns tipos de câncer. Apesar dessas evidências, pesquisa realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostrou que o brasileiro está bebendo menos leite do que seria recomendado. Dentre outros fatores, apenas dois problemas de saúde, que atingem uma parcela mínima da população, poderiam justificar o não consumo de leite: a intolerância a lactose e a alergia a proteína do leite de vaca. Considerando a importância nutricional do consumo de leite para indivíduos de todas as idades, mas principalmente para crianças, adolescentes e adultos jovens, a nutricionista Ludmila Muniz realizou um estudo para avaliar o consumo diário de leite, bem como os tipos de leite consumidos pela população adulta da cidade de Pelotas. A pesquisa foi realizada entre os meses de janeiro e maio de 2010. Ao todo, 2.732 indivíduos, com idade igual ou superior a 20 anos, foram entrevistados. O trabalho faz parte do consórcio de pesquisa realizado por 14 mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas. Dentre os principais resultados, o estudo encontrou que apenas 34,1% da população avaliada ingerem leite diariamente e, dentre estes, menos de 20% atendem a recomendação de consumo de três porções diárias, considerando apenas o consumo de leite. Aproximadamente 26% dos entrevistados informaram não ingerir nenhum tipo de leite, sendo que, dentre estes, 30% também não consomem outros produtos lácteos e, apenas 18,7% consomem algum derivado diariamente. Outra importante informação deste estudo foi o baixo consumo diário de leite observado entre adultos jovens (20-29 anos). Esse comportamento pode comprometer a incorporação do conteúdo mineral ósseo, cujo pico ocorre, em média, aos 25 anos de idade, aumentando, dessa forma, o risco para o desenvolvimento futuro de osteoporose. A grande maioria da população que costuma consumir leite relatou ingerir leite de vaca (97,6%) e do tipo integral (75,5%). O consumo de leite desnatado foi maior entre as mulheres, indivíduos com, pelo menos 60 anos de idade, de melhor nível econômico e de maior escolaridade. Tendo em vista os resultados aqui apresentados, uma política de alimentação e nutrição voltada ao incentivo de práticas alimentares saudáveis deve enfocar a importância do consumo de leite para todas as faixas etárias, bem como a redução do consumo de leite integral.


Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - Centro de Pesquisas Epidemiológicas