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Sala de Imprensa

25/03/2020

Covid-19: UFPel coordena estudo populacional sobre a pandemia no RS

 

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) coordena proposta para o primeiro estudo populacional sobre a pandemia da Covid-19 no Rio Grande do Sul, em parceria com outras Universidades gaúchas e o Governo do Estado. A pesquisa irá levantar a proporção de casos de infecção, incluindo pessoas sem sintomas, e a evolução da doença por meio de uma amostragem de participantes nas oito regiões intermediárias do Rio Grande do Sul, segundo critério do IBGE: Pelotas, Santa Maria, Uruguaiana, Ijuí, Passo Fundo, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul/Lajeado e região metropolitana de Porto Alegre.

A pesquisa incluirá quatro inquéritos populacionais realizados a cada 2 semanas por meio de visitas domiciliares, quando os participantes serão submetidos a um teste rápido para o vírus da Covid-19. Ao todo, serão aplicados 18 mil testes – 4,5 mil por rodada de exames, com distribuição de 500 por cidade e um mil para a região metropolitana de Porto Alegre. Os kits de testes serão fornecidos pelo Governo do Estado. A previsão é de que o estudo tenha início dentro das próximas duas semanas. O levantamento é uma iniciativa da Secretaria de Saúde, da Vigilância Epidemiológica e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, em parceria com a UFPel e outras Universidades gaúchas.

“Até o momento, não há dados no mundo sobre a prevalência populacional de infecção pelo COVID-19”, destaca o reitor da UFPel Pedro Hallal, coordenador geral do projeto. “O Rio Grande do Sul poderá ser pioneiro, não apenas no Brasil, mas no mundo, na disponibilização de dados concretos sobre o percentual de infecção e a velocidade de expansão da doença”, acrescenta Hallal. 

O epidemiologista Aluisio Barros, integrante da equipe responsável pela metodologia do estudo, diz que “não sabemos qual o grau de circulação do vírus da Covid-19, porque grande parte dos casos, em torno de 80 a 85%, tem sintomas leves ou mesmo não apresentam sintomas, embora contribuam para a transmissão da doença. Nosso estudo vai mostrar a real dimensão da Covid-19 no estado e avaliar a trajetória de aumento do número de casos de infecção e óbitos”.

O pesquisador explica que os dados vão proporcionar uma base para responder a questões essenciais sobre o comportamento da Covid-19. O percentual de pessoas com teste positivo para o vírus, por exemplo, permite calcular as taxas de letalidade de forma mais precisa e a proporção de casos sem sintomas ou com sintomas leves.

Os resultados vão possibilitar um monitoramento da evolução da doença na população gaúcha, se somando à já tradicional contagem de casos sintomáticos diagnosticados nos serviços de saúde. Será também possível fazer projeções mais precisas sobre o cenário da epidemia. Os resultados vão informar estratégias públicas de enfrentamento da pandemia e fornecer parâmetros para decisões sobre medidas de isolamento social e estimativas de tempo para o retorno da população à sua vida normal.

Compõem o grupo de pesquisa do estudo os cientistas Cesar Victora, Aluisio Barros, Pedro Hallal, Bernardo Horta, Odir Dellagostin, da UFPel, e a reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Lúcia Pellanda.




Fonte: Assessoria de Imprensa





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