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Sala de Imprensa

08/03/2019

Defesa de Tese: Inter-Relação entre Saúde Mental, Dieta e Adiposidade em Adultos Jovens

Título: Inter-Relação entre Saúde Mental, Dieta e Adiposidade em Adultos Jovens

Orientador: Helen Gonçalves

Banca: Iná Santos, Bernardo Horta, Christian Zanatti

Local: Auditório B

Data: 08/03/2019

Hora: 9h

Apresentador: Ana Paula Santos

 

PESQUISA AVALIA A PREVALÊNCIA DE TRANSTORNOS MENTAIS E POSSÍVEL RELAÇÃO COM RISCO DE SUICÍDIO, QUALIDADE DA DIETA E GORDURA CORPORAL

Os transtornos mentais, especialmente a depressão e os transtornos de ansiedade, representam uma das principais causas de carga de doença e de anos vividos com incapacidade no mundo, especialmente na idade jovem. Sabe-se que a ocorrência desses transtornos afeta negativamente a vida dos indivíduos e pode levar a outros problemas de saúde.

A aluna do curso de doutorado em Epidemiologia, da Universidade Federal de Pelotas, Ana Paula Gomes, desenvolveu três estudos com o objetivo de avaliar prevalência de transtornos mentais em jovens adultos e sua relação com o risco de suicídio, qualidade da dieta e gordura corporal. Os estudos avaliaram os jovens nascidos no ano de 1993, em Pelotas, com idade entre 18 e 22 anos.

Baixa qualidade da dieta e maior gordura corporal aos 18 anos estão relacionadas à ocorrência de depressão aos 22 anos

Em um primeiro momento, a pesquisadora avaliou a relação entre depressão, ansiedade e dieta. Ela testou se a qualidade da dieta poderia levar a ocorrência desses transtornos e, ao mesmo tempo, se esses transtornos poderiam afetar a qualidade do que se consome. Os dados desse primeiro estudo mostraram que aqueles que consumiram uma dieta de melhor qualidade aos 18 anos tiveram menor risco de ter depressão aos 22 anos, mas não de ter ansiedade. O consumo de vegetais, especialmente os alaranjados e verdes-escuros e as leguminosas foi o que mais levou a diminuição desse risco. Segundo a pesquisadora, esses vegetais são fontes importante de vitaminas, especialmente vitamina A e C, que protegem o corpo da inflamação, ajudando a prevenir a depressão.

Posteriormente, quis entender se esses mesmos transtornos poderiam estar relacionados à gordura corporal, ou seja, verificou se a maior gordura corporal poderia levar à depressão e ansiedade e vice-versa. Os resultados mostraram que a maior gordura corporal, a obesidade e obesidade abdominal aos 18 anos de idade estiveram associadas à ocorrência de depressão aos 22 anos. Verificou também que os jovens depressivos aos 18 anos também apresentaram maior risco de obesidade aos 22 anos. Esses dois resultados não foram observados para a ansiedade.  “Esses achados demonstram a importância da avaliação da saúde mental de pacientes obesos e da avaliação nutricional dos pacientes depressivos, uma vez que a ocorrência concomitante de obesidade e depressão pode tornar o tratamento desses pacientes ainda mais difícil”, relata Ana Paula.

Ocorrência de transtornos mentais aos 22 anos é alta e está relacionada ao maior risco de suicídio

Ao avaliar a frequência de diferentes transtornos mentais aos 22 anos e sua possível relação com o risco de suicídio na mesma idade. Três foram os resultados mais importantes: (1) 2 a cada 10 jovens apresentaram transtornos mentais; (2) 1 em cada 10 jovens estava em risco de suicídio aos 22 anos e (3) os transtornos de ansiedade foram os mais frequentes e as mulheres as mais afetadas. Todos os transtornos mentais avaliados (depressivo maior, de ansiedade generalizada, bipolar, do estresse pós-traumático, de ansiedade social, do déficit de atenção e hiperatividade e de personalidade antissocial) estiveram associados ao maior risco de suicídio aos 22 anos. No entanto, quando comparados aos sem transtornos, o maior risco de suicídio foi observado entre os jovens com depressão, que tiveram 5 vezes maior risco de suicídio, assim como os jovens que sofriam de três ou mais transtornos mentais, que apresentaram um risco 10 vezes maior de suicídio. 

 

 




Fonte: PPGE





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