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Sala de Imprensa

25/02/2019

Defesa de dissertação: Distúrbios do sono entre estudantes de uma universidade pública

 Título: Distúrbios do sono entre estudantes de uma universidade pública  

 

Banca: Maria Aurora Chrestani César e Fernando Wehrmesiter

Orientador: Iná Santos

Local: Auditório A

Data: 25/02/2019

Hora: 14h

Apresentador: Caroline Carone

 

Estudo revela que mais de 30% dos ingressantes na UFPel dormem menos que o recomendado.

 

Pesquisa realizada na Universidade Federal de Pelotas – UFPel – indica que aproximadamente 32% dos calouros dormem menos do que o recomendado pela National Sleep Foundation, que são 7-9 horas para indivíduos de 18-64 anos (limites aceitáveis de 6-11 horas/dia) e 7-8 horas para idosos (65 anos ou mais de idade) (limites aceitáveis 5-9 horas/dia). A baixa duração do sono foi mais frequente entre estudantes que consumiam mais bebidas alcoólicas e fumavam. Ter aulas no turno da manhã aumentou em duas vezes a prevalência deste distúrbio.

 

“Estudos realizados no Brasil e em outros países vêm evidenciando que os estudantes universitários estão dormindo cada vez menos, em função dos seus compromissos acadêmicos e sociais. Os próprios calouros da UFPel referem ter um sono de baixa qualidade, sendo que um em cada três estudantes classifica seu sono como “ruim” ou “muito ruim”. Estudantes do sexo feminino, fumantes, com maior consumo de álcool e com mais de cinco horas de uso diário de tela (TV, tablets, computador e outros meios eletrônicos) foram os que mais relataram sono de baixa qualidade. A literatura científica já comprovou que o sono insuficiente e de baixa qualidade interfere diretamente no desempenho acadêmico dos estudantes, tornando indispensável o incentivo à pesquisas nesta temática”, relata a mestranda Caroline Maria de Mello Carone, autora da dissertação sobre os distúrbios do sono em estudantes universitários, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas, orientada pela Professora Iná da Silva dos Santos e co-orientada pela Dra. Bianca Del Ponte da Silva.

 

Além da baixa duração e qualidade, outros distúrbios do sono tiveram alta prevalência entre os estudantes. Cerca de 19% apresentavam latência longa (mais de 30 minutos para conseguir adormecer), mais de 10% referiram despertar no meio da noite e ter dificuldade para reconciliar o sono e 33% relataram sonolência durante o dia. Estes distúrbios dificultam a concentração durante as aulas, prejudicando o processo de aprendizado e a consolidação da memória.

 

“É preocupante que praticamente metade dos estudantes ingressantes na universidade apresentem pelo menos um de três distúrbios: sono de duração insuficiente, dificuldade para a começa a dormir ou despertares no meio das noite, o que pode interferir na saúde desses indivíduos, já que o sono adequado é crucial para a manutenção e recuperação metabólica do ser humano” diz a autora.

 

“Nosso estudo mostrou que alguns dos fatores que interferem no sono dos universitários são passíveis de modificação, como o tabagismo, consumo nocivo de bebidas alcoólicas e uso excessivo de dispositivos eletrônicos. Além disso, um estudo de revisão constatou que o início mais tarde das aulas no turno da manhã melhorava o desempenho acadêmico dos estudantes, diminuindo a prevalência de sonolência durante as aulas. Desta forma, na intenção de melhorar a saúde do sono dos estudantes universitários, políticas públicas voltadas pra estas questões (modificação do horário de início das aulas e intervenções para reduzir o tabagismo, o consumo de álcool e o uso excessivo de tela, por exemplo), poderão em muito contribuir para o aprendizado e a saúde física e mental desses indivíduos” completa a autora.




Fonte: PPGE





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