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Sala de Imprensa

04/02/2019

Fundação Bernard van Leer apoia estudo sobre práticas parentais e desenvolvimento infantil na Coorte 2015

 A Coorte de Nascimentos de 2015 em Pelotas irá receber investimento de 185 mil euros da Fundação Bernard van Leer para estudar a influência da interação entre pais e filhos sobre o desenvolvimento infantil. Liderado pelo docente do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas, Joseph Murray, o projeto se alinha à agenda da fundação holandesa, que fornece apoio financeiro para descobrir e ampliar práticas de promoção de cuidado integral à primeira infância. 

O estudo irá utilizar parâmetros de observação indicados pela ciência como os mais robustos para avaliar práticas parentais positivas para o desenvolvimento infantil. A pesquisa irá filmar a participação de mães e crianças em uma série de jogos e atividades lúdicas propostos durante a visita de avaliação de saúde de 4,2 mil crianças, aos 4 anos de idade, participantes da coorte de nascimentos iniciada em Pelotas (RS) em 2015.  A análise das imagens irá permitir a identificação de diferentes tipos de práticas parentais em relação a posturas educativas, engajamento ao contar e ouvir histórias, comunicação sobre regras éticas e morais, e diálogo e vínculo familiar.     

Os dados da observação serão cruzados com variáveis socioeconômicas e fatores biológicos, como os níveis do hormônio cortisol, um biomarcador  da exposição de mães e crianças ao estresse crônico.    

Os resultados têm potencial para apontar quais são os principais determinantes sociais e biológicos de diferentes práticas parentais e as consequências dessas práticas sobre o desenvolvimento infantil em termos de maior prontidão para o ingresso escolar, habilidades linguísticas, empatia e capacidade de reconhecer emoções e desenvolvimento de comportamentos antissociais.    

“Esperamos que nosso estudo possa informar programas locais de promoção do desenvolvimento positivo na primeira infância e prevenção da violência em Pelotas, como é o caso do Pacto Pelotas pela Paz, e programas estaduais e federais como o Primeira Infância Melhor e o Criança Feliz”, afirma Murray, que conduz a pesquisa ao lado dos professores Tiago Munhoz, do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Pelotas, e Adriane Arteche, da Escola de Ciências da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre.     

Cerca de 250 milhões de crianças em países de baixa e média rendas não conseguem atingir seu potencial de desenvolvimento aos cinco anos de idade.

“Programas de orientação e suporte a mães e pais sobre cuidados essenciais ao desenvolvimento infantil têm sido apontados como estratégias-chave para quebrar ciclos de adversidade social e pobreza e contribuir com a prevenção da violência. Nosso estudo deve fornecer evidências de como adequar esses programas a realidades de países como o Brasil e obter resultados que beneficiem, de fato, o maior número de pessoas possível”, conclui o pesquisador.  




Fonte: Assessoria de Imprensa





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Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - Centro de Pesquisas Epidemiológicas