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Sala de Imprensa

10/10/2017

Pós em Epidemiologia da UFPel recebe Prêmio Capes de Tese 2017 em Saúde Coletiva

  Um trabalho de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas é o vencedor do Prêmio Capes de Tese 2017 na área de Saúde Coletiva. O prêmio é concedido às melhores teses de doutorado defendidas em 2016 nos cursos de pós-graduação do país em cada uma das áreas do conhecimento reconhecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes).

Os resultados foram divulgados hoje no Diário Oficial da União. A cerimônia de entrega dos prêmios ocorrerá em 7 de dezembro de 2017, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília.

Esta é a terceira vez que uma tese do PPGE recebe a premiação. Neste ano, a distinção contempla a tese “Adiponectina: Relação com a distribuição de gordura corporal e influência sobre o risco de doenças cardiovasculares”, desenvolvida pela nutricionista Maria Carolina Borges, sob orientação do docente do PPGE, Aluísio Jardim Dornellas Barros. O trabalho contou ainda com a contribuição de pesquisadores da University College of London, Universidade de Cambridge e Universidade de Bristol. Agora, a tese concorre ao Grande Prêmio Capes de Tese, outorgado à melhor tese selecionada entre as vencedoras do Prêmio Capes de Tese.

A pesquisa consiste em uma investigação aprofundada sobre o potencial do hormônio adiponectina para prevenir doenças cardiovasculares. Produzida pelo tecido adiposo, a adiponectina tem níveis drasticamente reduzidos em pessoas obesas.

“Muitos pesquisadores defendiam que recuperar a produção de adiponectina em indivíduos obesos ou com sobrepeso, por meio de mudanças de estilo de vida ou de tratamentos medicamentosos, reduziria o risco de doenças cardiovasculares nessa população. Nosso estudo contraria esta hipótese”, afirma a autora da pesquisa.

Os resultados da tese apontam que o hormônio adiponectina não parece atuar na prevenção de doenças cardiovasculares em seres humanos, ao contrário do que sugeriam testes realizados em animais e em culturas de células em laboratório.

O estudo integrou dados genéticos e clínicos de mais de 194 mil pessoas e dados de indicadores metabólicos de mais de dez mil indivíduos. Foram comparados os indicadores de doenças cardiovasculares entre pessoas geneticamente predispostas a produzir mais adiponectina e pessoas geneticamente predispostas a produzir menos adiponectina, com a metodologia conhecida como randomização mendeliana.

De acordo com as análises, não houve diferenças entre esses grupos em relação à chance de desenvolver doenças cardiovasculares ou de apresentar as alterações metabólicas que precedem essas doenças. Além disso, a pesquisa apontou que a redução da produção de adiponectina está relacionada ao acúmulo de gordura abdominal e não ao acúmulo de gordura na região dos quadris.

“Nossas conclusões apontam que a aposta em novos medicamentos que aumentem a produção de adiponectina não deve se converter em avanços na prevenção das doenças cardiovasculares”, explica Borges.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e no Brasil, e a obesidade, um dos principais fatores de risco para essas doenças. “Compreender os mecanismos que levam às doenças cardiovasculares em seres humanos pode abrir novos caminhos para o desenvolvimento de terapias voltadas à prevenção e ao tratamento dessas doenças”, conclui a autora. 

 

Título da tese: Adiponectina: Relação com a distribuição de gordura corporal e influência sobre o risco de doenças cardiovasculares

Autora: Maria Carolina Borges

Área de concentração: Epidemiologia do Ciclo Vital

Orientador: Aluísio Barros

Banca examinadora: Alexandre Pereira, Marcelo Rogero e Luciana Rodrigues

 

 

 




Fonte: Assessoria de Imprensa





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